segunda-feira, 18 de novembro de 2013

silêncio mítico daquela lembrança

te amo campo de batalha - cenário de guerra - flor de meu jardim
palco de nossas entranhas é o vento - devastação eterna
a noite repousa em meus dedos inquietos colorindo o efêmero de tudo
as cabeças se adestram - tendo a leveza subterfúgios
este grito cristalino passou a ser relíquia - ode que perdeu o maravilhoso
ainda contemplo seu duplo - pela aurora o entrave sentimental deste ritmo incendeia-me
ofusca a visão subjetiva do corpo - isso já não diz nada
inquieto de inquéritos subversivos - esqueço a paisagem em qualquer bolso
a lua me olha com sua fúria - o manequim trouxe santidade pro sonho
senti a coceira - acaso estarei fugindo desta realidade que me devora
a idiotia maniqueísta do jogo é a mesma
pergaminho de sangue - peço passagem
derramo no ventre do século esta alma e refaço toda costura
planto no vazio meu estandarte e digo as sutilezas que não as quero
meu amor não toma black label e só se embriaga com o sumo doce da fruta
tampouco alimentei a fala - pois o chip do crânio é mórbido
futuro que estuprou a memória reduziu toda dialética a mero farrapo
daqui a pouco o ponteiro do relógio me sufoca
soldados satirizam o espelho - eternidade que ameniza o gozo
rezo pela romântica ruga - filho esquizofrênico - boca de sapo
rotina que nem palhaço dança - fogos de artifício em marrocos
o mundial das incertezas se aproxima
por que sou islâmico na partitura deste espasmo
trago a senha tatuada no pescoço - silêncio mítico daquela lembrança
competia o capataz com a inércia do rebanho
cemitério que foi construído debaixo da pedra
os convidados eram invisíveis e elogiavam a fórmula
lorca era o dentista - assis o escrivão do imaginário
simplicidade ali reconheceu o reino
adiante abracei meu karma e saí correndo pela rua