sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

na luz do circo
nos olhos do cisne
hiperativo das comunhões
posso escrever com cinzas meu desejo
desandar corações de lata
na orgia da palavra
mato minha razao com o retrato das rugas que cobrem o rosto
e sujo mortalhas contando as goteiras do telhado
retenho chuva
já este silêncio incendeia o sono

beija-flor com prego no barranco
criança de quimera pulo

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

tudo fiz para renunciar a ilusao do vulto
encontrar flores incendiadas de desejo

porem nada aconteceu

a medida que deformo o sonho
multiplico o palavreado do gozo
broxa

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

o motor do carro parecia um utero
onde se escondia o gato
fadas e duendes fazem mal as chaves
inseguro - inconformado
nas barbatanas da existencia
foi maldito aquele rosto
a virtual conversa - onde os numeros gritavam
moscas no infanticidio das maos
adorado a-dor-nado
na turbulencia exaustiva do dialeto
di-lata o pensamento
pelo buraco da boca
ali me deixo
festa folclorica entre as lavadeiras de sucupira

projetando o pus das pulgas
e estrelas na favela do ombro

transeunte balbucia fome

novela

vou ficar imundo entre os jargoes da loucura

esculpir espantalho
no apartaid do olho
miomas e bugigangas no leito

aconchego de trapezistas triviais ..........
abandonado entre os automoveis
aquele deus
com freiras de cona carnivora
esquece as maos no colorido surdo do futuro

onde a casa faz transbordar desejo
meus pes gritam com elegancia teu nome

no entanto me corrigi aos berros

emporcalhando a cama com um cheiro forte

construi o fim antes da queda

ataquei a fraternidade sensacionalista do vermelho

em mim o maravilhoso era centro

doente por deixar a palavra
nenhuma borboleta atravessou os corredores da pele

todavia aconteci como polvo
com cara de prazer
abocanhando todo chocolate

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

substrato de angustia profanando o arco-iris que sai da boca
pesa o sexo nas manhas de espasmo
reclamando o preludio universal e pornografico desta alquimia
sempre atropelarei o doce misterio do cranio
(...
lingua mendigando o fracasso do verso
condenava a ilusao do pantano
enquanto o grito reunia todas as sombras
minha anarquia embolorava o dialeto
nesta altura era evidente o calafrio
robos obtinham desejos calejados
sendo angustia o gozo do espirito
a violencia transbordava
(...