terça-feira, 29 de julho de 2014

minha gentileza não reclama conforto - só artilharia

já disse que não sou termômetro de porra nenhuma
arranjo de flip tampouco

cansei da gentalha vazia do facebook
também deste escarro 0800

anda logo professorinha vampiresca de lixeratura
cuidado com a quadrilha

fechamentos de alma pra com sua inveja trago na língua
o planeta modificado da cuca
bastante sol pra que arda a pele

moda de viola  -
onde o seresteiro cospe em toda murrinha que perdeu o transe

saiba que não te persigo
que não te preciso

meu lirismo rasgado sempre foi néctar pro seu romancezinho babaca
só não faz parte do desenho quando falta xingado pra bunda

aprende de vez a dormir dentro do fusca
à cozinhar numa só frigideira

dando murro em ponta de faca
quebra logo esse dedo
desobedece a rotina - se mostra

trepa com vontade na palavra e não se resguarda 
seu pó de mico de academia - sua besta

vou continuar alimentando os urubus desta alegoria
carniça jogo fora

minha gentileza não reclama conforto
só artilharia

abre bem a pernoca -  a xoxota
daria o recado olhando no olho

tu sabe

nesta hora enche o peito de garatuja minha boca
até aqui todo silêncio fala mais alto

nesse grau navega no barco ou pela janela

caldo panfletário suntuoso

adeus sua fascistinha sem fôlego

segue aí meu universo de espanto
sem direito de resposta seu devaneio não arrota

terça-feira, 22 de julho de 2014

a pena cala - a bala canta

alláh - deus clemente misericordioso
eu - ala-in mohamad bisgodofú
outra vez vou meter a bola onde a coruja dorme
urubuserva
enquanto os demais ali brincam com os badulaques da falsa ousadia
o desarranjo - aquarela em meus olhos que incendeiam farsa
efervescência duvidosa - atazanando o vento vicioso da vontade
ramadan nem sequer termina
e os judeuzinhos da gula abocanham gaza com seu exército podre
assassinando os donos da terra - maomé se revolta
prisão à céu aberto - domo de aço - naquele forte - vigília - mísseis ao lado da cerca
hamas que não dá pro cheiro
grita o cientista político inglês que nunca teve casa arregaçada por morteiro  
porém onde meus antepassados nasceram nunca serei omisso
sangue árabe deste capitólio se levanta
aqui a varredura de palestinos na ordem do dia virou desenho  -
na mão de bosta da mídia - todo árabe já nasce terrorista
aperitivo antes de começar o banquete - a mentira do social
o palpite daquele poetinha burguês desconhece a causa
faz um blinde a limpeza étnica - pra não dizer massacre  -
extermínio - doença que não sara
tudo à favor da soberania norte-americana e judaica -
espalhada pelo mundo pra salvar o rabo do rabino e a sinagoga
todavia refugiado - sem nenhuma complacência - israel te condeno 
mostro as cascas - como se diz em árabe - sem hipocrisia - exponho as vísceras
ramo de oliveira no bico do pombo degolado
criança de seis anos metralhada em colo de mãe
a pena cala - a bala canta
sem nenhum escudo - o papo é reto - jerusalém
palestina te reclama como berço capital de outrora
tipo estrela d'alva antes de qualquer confisco
começo primitivo de tudo aquilo que sente
carta-bomba na verborragia da língua acendo o candeeiro
avião derrubado no leste da rússia - propaganda no prenúncio da guerra
suruba infernal nas ladeiras de vila rica  -
pinga com mel - a sola do sapato arrebenta
faz cênica o viado separatista que sentia nojo
então moleque não esquece a quebrada nem o quebrante
o idiota que te chama carcamano terá sem quinhão
carrega a foice - lubrifica a escopeta - aponta o lápis -
deixa a barba grande - o verso solto e bebe no gargalo este arak
na história do tempo -
palestina
sua dor alimentará o sonho duma nova aurora
profetizando o declínio de toda tribo que te atormenta
no oráculo desta mandinga eis a sentença ...

terça-feira, 15 de julho de 2014

jamais vítima do exercício podre de toda lógica

este aí é só um tipinho adolescente - leitor de bukowski -
sustentado pelo pais - pagando de artista e enchendo a cara
enquanto aquela outra boceta frígida - ama lispector e só sabe atiçar água viva de apartamento
os dali desconhecem sol marroquino queimando a têmpora
o aroma hipnotizante de haxixe nas barbas milenares daquele ancião
bandolim mediterrâneo em formendera - um teatro nômade 
promessas de amor naquele beco - raparigas que não são de porcelana
cheiro de incenso num puteiro de quinta com duas orientais a tira-colo
resto de cerveja no copo - outra armadilha
nunca caminharam por este canto - jamais dormiram de mocó
mas adoram filosofia
abrem a boca com vontade e acreditam conhecer a vida
citam tempo inteiro dostoiévski em papinhos de boteco
porém nunca cometeram um crime - sequer conhecem cadeia - castigo
e não pensem que estou louvando simplesmente o desajuste
o super-homem de cada nietzsche seus idiotas
escrevo sobre uma desconhecida força que para os acomodados é porcaria 
garatujo na parede todo tormento - esta dor que vai se repetindo pelo tempo  -
sem hereditariedade alguma
sendo ignorada pelos que se sentem preciosos juízes daquilo que pode ou não ser eleito
adiante dou um basta em todo fetiche - nos literários concursos de merda que só visam fama  -
esta competiçãozinha  ridícula de letrados parasitas -
redundantes na irrelevância de qualquer academia   
pois o galo aqui ainda canta e treina seus filhotes bem antes de nascer espora
dorme ao relento pra melhor contemplar a lua
e quando fecha a janela já reconhece aquilo que respira
nunca se interessou pela filantropia asquerosa dos que habitam o galinheiro
tampouco pela falsa solidariedade - mãe dos desgraçados
onde os contribuintes do resto se transformaram em epidemia
este bufão viu com olhos de terra todo sarcasmo que permeia o mundo
o quanto os tamanduás da ironia adoram o brinquedo
extirpando algumas peças que venham estimular o grito - a anarquia
ele que nunca foi vítima do exercício podre de toda lógica
nasceu pária sem parentesco com os bobos
dante exilado em sua própria província - sem cicerone - beatriz - porra nenhuma
andou e continuará perambulando sozinho por este charco
recebendo da escoria sua artificial complacência sisuda
nesta hora os deuses do olimpo dormem na lama
é a vontade instintiva da língua sem os penduricalhos do afeto
tudo aquilo que dispara nem sequer almeja permissão e prece
o desconhecido mesmo que se foda mete o pé - pisa fundo
é o pergaminho da real história atirado na lata de lixo
sempre abafada pelos oficiais do mesmo -
nos porões da quotidiana ditadura -
nas senzalas que só mudaram de roupa
clubinho masoquista que só perpetua a memória
excitando os zumbis quando a carruagem passa
lá naquele terreiro distante repousa dândara -
fazendo mandinga exercitando sua força ela vai crescendo
todavia o carcará das alamedas ainda não sentiu o xingado desta capoeira
a martelada na cuca
assalariado que não desperta - faz plantão
imita soldado de rabo preso -
besta num só campo de extermínio é pouco  -
dá seu sangue pra bandeira feito um nóia

quinta-feira, 10 de julho de 2014

a tabuada de naufrágios nevrálgicos - carta-a-filha-da-mãe

mamãe tu que me arrancou de teu bordel
só por que não me comportava direito
fiquei órfão de teus duvidosos cuidados
ando triste igual aquele time filha da puta que não joga e a criança chora
tantas passei minha querida que não posso fingir angústia que lubrifica o peito
escrevi de pancada tanta palavra - muito verso - que só sei ser metralhadora nesta prosa
chega de conversinha - de boi que ronca - teu espelho perdeu o reflexo
o juízo é defeituoso e precisa de glicose no sangue - tua bordeleira de merda  
juro calmaria - tu sabe o que é caminhar feliz por aí sem nenhum trocado
o quanto devaneio nesta orgia
eu que me divirto com os potros - com os que não sabem ler uma linha de cioran
segue em frente mamãe - abocanha mais seguidores neste teu fracasso impotente
grita - reclama por mais sensibilidade doméstica
mãezinha emancipada - adélia prado de falsa epifania - ama mais teus carrapatos
eita fiote da porra tu exclama
este teu filho-demônio nunca foi chamariz pra poeta
ele só sabe sentir as coisas com instinto - energia
fodedora simplória - lhe dou um basta - corto teu dedo
escutei papai te fudendo - putinha acadêmica que não goza
tinha só três anos na escola da malícia
espero sinceramente que minha cartinha te traga sossego - conforto
distante - estranho pra com as referências que te cercam continuo
jamais serei viciado em teu nada - em tua poesia sem fôlego - carne-pálida 
nesta madrugada ouço a dor dos postes e me levanto
dei risada enquanto cuspia nesta tua carranca de lama
conte-me algo mais vivo
mamãe melindrosa que já não enxerga a rua 
a paz desgraçada daquele bicho
tua opinião não conta
não contemplou a planta - a raiz - crescimento cruel no abismo de minha língua
todavia mãe - a corda continua no quarto - amarra ela no pescoço e pula
coragem minha guerreira - quem sabe na hora algum resquício de vida aconteça
esquece teu credo e voa
joga todos os teus zaratustras fora - bota fogo na estante
discurso sem ação não presta
silêncio - cala boca mãe - 
pois há um monte de algazarra no deserto que respira  
desapareço desta tua inútil mandinga - de teu facebook enfermo
neste canto ecoa a tabuada de naufrágios nevrálgicos -
discussões que nunca foram racionadas a obedecer o ritmo  

segunda-feira, 7 de julho de 2014

os demônios da volúpia - formosura herege

naquele mosteiro renascentista - renovava de há muito seu voto -  
se julgando um destino privilegiado meio a santa-fé -
rezava todos dias - todas as noites - a mesma prece
proclamando-se caridosa com os pobres -
os tais menos favorecidos como usam o termo   
dizia que o alicerce da casa de deus é fortaleza
seguia os passos daquele cristo tesudo -
pregado na cruz - de pano amarrado na cintura
também vivia na consciência do desapego -
chinelas franciscanas - castidade refletindo em sua esmerada veste  
certo que ali materialmente sempre teria segurança -
em qualquer canto do mundo madre neiva pela igreja era hóspede
assim fica fácil contemplar os que se alimentam de suas próprias vísceras
da luxúria que exaspera a pele -
do mendigo que dorme na calçada barroca batendo uma punheta  
dentro do casulo mantendo distância sentia-se abençoada  
madre neiva que adorava os grandes sermões de frei inácio
homem esquio de olhar triste - leitor de vieira - tinha o dom da oratória   
uma fala vibrante naquele corpo franzino que alegrava tanto
resguardava em seu coração os conselhos de frei inácio
o amor de deus fazia-se porta-voz pela boca daquele santo homem
ela que admirava tanto a sabedoria de inácio pelos jardins do mosteiro
visionários para com o futuro da ordem - compartilhavam da mesma vontade -
divulgar seus trabalhos por todo continente africano
tempo foi passando e os olhos de madre neiva -
começaram a exercer em frei inácio um certo fascínio
ele que sempre negou espelho -
agora feliz contemplava aquelas retinas verdejantes
aquela boca bonita cheia de trejeitos de sorriso esplendoroso
e no obscuro de seu âmago - descobriu em madre neiva uma formosura herege
na manhã seguinte - antes dos primeiros raios de sol -  
chicoteou suas costas - tomou banho gelado -  
e resolveu não mais pensar naquilo
só não conseguia tirar da cabeça um aforismo de sócrates:
o amor não é um deus - nem um mortal - é sim um grande demônio
sempre soube o quanto dificultoso era extirpar desejo
e que a reprimenda do mesmo atormentaria ainda mais sua memória
foi de pronto falar com madre neiva da eletricidade que atordoava seu corpo
houve de imediato correspondência -
madre neiva sentia a mesma descarga elétrica - a mesma estranha pulsação   
acertou com frei inácio um encontro no subsolo do mosteiro
naquela noite o silêncio foi anfitrião de todo gozo
madre neiva se entregaria aos demônios da volúpia   
mal se encontraram e ela foi logo chupando seu poste perto da escada com bola e tudo   
oferecendo seus seios volumosos sugados por aquela gulosa energia
tudo foi acontecendo de um jeito primitivo e sem culpa -
frei inácio encharcou seu rosto de porra -
depois deu um tapa e saiu correndo ...   
   
     

domingo, 6 de julho de 2014

pra-ti-piva-o-tempero-ataco

outra me mandou pavesse logo de cara
diz que enxaqueca e mal humor tomou conta
que o povinho aqui só escreve pornografia  
sentia saudades daqueles tempos que supostamente trabalhava com criança
onde levantar cedo tinha um jeito gostoso
poesia nos primeiros raios de sol batendo na janela
porém hoje nada interessa -
feito um bêbado dizendo que sou referência neste exílio  
deixei pra trás a cama - o conforto daquela mesmice e fui morar no azul deste canto
lá contemplei uma mulher sozinha -
redundante feito um diário - adjetivando as coisas que falo
lógica nenhuma pode aplacar o sonho
vivo sem o balsamo de tua bênção
sem a nomenclatura da razão que veio corromper a música
deixa te contar uma coisa - meu crânio já ardeu mil vezes neste fogo
estilo dino campana neste labirinto  
ataquei memória sem nenhuma semelhança  
andarilho nas terras do norte - ouvi o coaxar das rãs pela estrada
dormi em palhoça fia e nem sou tão romântico como imagina  
aqui a barulheira infernal do vizinho é uma droga -
de amado batista à patativa - o repente não sara  
olha só que legal - o terrorista poetizando a palavra porca  
a favela acordando no domingo com um tesão da porra  
rimbaud sentado na praça chupando um sorvete  
uma manada de carro fazendo algazarra nas vísceras daquele beco
sei que tu não sente meu orixá - prefere ler camus toda alegrinha
assistir um filminho cult no cineminha bacana lá do centro
depois caminhar frígida - bem alimentada e tomar um táxi  
afaga minha fauna - minha fuga
qualquer putaria tem mais fôlego que adorar o próprio umbigo
toda subliteratura vale mais que teu deleuze - teu focault de cabeceira -
que pra ladainha da loucura deu luxúria   
na real vou atirando pelas entrelinhas sem nenhuma farsa
desgraça  
vez em quando a certo
mas estes erros são trampolim na arquitetura duma nova imagem
um bazar em budapeste - uma sauna gay em beirute
uma trepada em marrocos sem precisar de marcha  
é a vida avisando que o vento que se aproxima é forte
que não é quadro - nem van gogh que exalta meu sangue
soube que a solidão vagabunda de um pirilampo ritmava o gozo do tempo
mistério misturava o musgo - não é marra não
floresta que adentro - longe dos broxas que deixaram de ser bruxos   

quinta-feira, 3 de julho de 2014

putinha titi - uma desculpa finlandesa pra copa do mundo

diz que lá no brasil - menina - pode tudo
sabe a farid - aquela nossa amiga argelina que adora a frança
aquela que foi pro vietnã com a gente costurar sacola de supermercado
lembrou -
ta lá - anda faturando mais que jogador de futebol -
dando a xoxota pros brazuka -
falou que no sobe-desce de lá só tem mulher gorda e feia
que oriental faz maior sucesso - arrebenta
conheci um cara aqui - o lemos - é cafetão carioca que estudou filosofia na usp
ele paga passagem minha e da federica -
e a gente chega no brasil já aproveitando o movi da copa
anima agnes - ir pro rio de janeiro - parar de lavar louça nesse cabaré de merda -
fugir desse frio escroto - se quiser eu falo de você pra ele -
tu também é bonita - gostosa - descolada
o lemos é bacana - conheci ele na porta do museu -
me deu de presente um postal do pão de açúcar - 
e falou que tô desperdiçando minha saúde aqui 
dizem que os litorais de lá são paradisíacos -
que tem um monte de negão pauzudo -
cheio da nota doido com as branquinha
que gringa quando chega é tratada que nem princesa 
vamo com ele - nós três - depois gente se arranja e fica por nossa conta -
aluga um apêzinho na lapa e fatura alto - se ajeita na vida 
os homem de lá é iludido pra caralho - tu vai sacar logo  
não pode vê um olhinho puxado - uma bundinha branquela que se derretem
trocam o salário do mês - o leite da filha só por uma trepada
aqui a gente se fode - ainda por cima é puta mal paga -
com esses namoradinho nazista - azedo - de nariz arrebitado - grande porcaria
o povo brasileiro é receptivo - meio primitivo -
qualquer coisinha faz festa - tu vai adorar -
é carnaval o ano inteiro - feriado que não acaba nunca    
tô vazando pro brasil agnes - se tu quiser até dia nove me procura
agora vou sair por que vou acertar minha ida com lemos  
pensa com carinho e me fala viu piranha - um beijo - sai dessa queridinha