quinta-feira, 4 de março de 2010

...

há bastante paraíso neste teu silêncio
uma entrega momentãnea cheia de nomes tatuada na carne
onde meu tédio insiste em brincar com tua memória
talvez coma o verde de teu sorriso
ou me embriague com a maça da última serpente
hoje o agora foge
no arsenal da escultura sofro
já não quero inventar palavras
há prejuizo demasiado em meus olhos
lôtus de um novo grito
um qualquer assombro que me faz
moribundo nesta caminhada
acendo vela e peço
eu - um poema perdido
naufrágio não mais
delirante lírio
no crepúsculo sobrenatural desta fumaça
minha mãos reclamam e desgastam o rosto
fadas e runas a mim
me transformei em arbusto
e só procuro morada dentro
posso repousar o corpo de inútil
enfeitar minha língua com o rabo do mico
tecer um novo acesso
abrir os portais desordenados da imaginação
para um céu de outras cores
outrora nunca vou ser espelho
porém tuas maravilhas incorporo
como se fosse revolta
revoada de estrelas na nuca do dia ...

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