sexta-feira, 26 de março de 2010

...

grave escrevia a memória
imortalizando o palhaço a panqueca e o rosto
lágrimas atropelam o devaneio
averiguando que depois daquela angústia
o sol se esconderia por debaixo do tapete
de carne se oferecia o carma
nas mãos do deserto
ego de pedra reclamou cidade
na carruagem dos explossivos
avolumou-se o grito o grilo e o gafanhoto
noutro dia a confusão das capivaras
pernilongos de chumbo
e uma escola de pirilampos obesos
no mistério da noite
flores reprovavam o vento
marionetes do trapo atropelavam a aurora
rabiscando revolta
concreto se transformou o destino
numa pirâmide de piolhos azuis e aborígens do gozo

outrora sei ser espelho
mel de açucar/papo de moldura/instinto
à moda das múmias no sarcófago

vale o escrito por três dias

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