terça-feira, 7 de dezembro de 2010

gravata azul clarinha quase branquela

que o chamado desejo nunca seja corrompido por pequenas tragédias
tampouco se tratando de vazio que o cheio transborde
ana
aprendiz de inércia em meu corpo fábula
cansei de mistério quero ser simples como o dia
sol no rosto do andarilho acariciado de sonho
há que saber pecar o bastante
boca suja de eternidade
pra que o silêncio fale alto

uma mentira
uma mistura
motivada pelos olhos que demarcam a pele

enquanto ando de bicicleta emaús me fogem
sei daquilo que sofre
nas garagens intransponíveis da solidão
deito na terra da esperança embriagada
exausto de alma magnética
no que sou segredo
ana
esmaguei o grilo na parede
com as mesmas mãos que acariciavam seu ventre

te prometo nada
meu pacto continua amando o paraíso deste abandono

na floresta natural do verso
língua paralítica
transformando as cores do ralo nas imagens que invento

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