o retrovisor que machucou meu braço
dói menos que o declínio deste instante
andarilho árabe na passarela da rua e do metrô
fuga de mim
misterioso meretrício
confundo sinagoga com mesquita
de tanto enxugar as lágrimas do tempo
atordoa
desarranjos de palavra
verborrágico instinto
hospital não adianta
nuvem só não vale
a doença foi este pesadelo
nos pergaminhos
do riso
do ego
este pasmo
e se gritasse filho da puta
a frase frustraria o reflexo da lâmpada
então fui de braços abertos irremediável encontrar a noite
beber a mesma cerveja no botequim trivial e gasto da esquina
só não pude ler no livro de seus olhos
senhora plenitude
adjetivos de leveza e liberdade
isso deixou minhas asas sujas
de barro
de sangue
pois o carisma no paraíso das carrancas
afagou os ferimentos da pele
sem ouvir ressonância
maldizia
coração com buraco
coração que ventila
terça-feira, 3 de abril de 2012
borboletas marroquinas e a eternidade do cisco
acredito em nada
tampouco nas promessas dum sonho flutuante
o que não funciona é tão sentimental
como a solidão sedentária daquela cidade
transeuntes que atropelam meu ócio
arquitetura do parto
vou dançar o último tango das ilusões perdidas
a decadência dos cristais suntuosos
tecido vermelho vai virar turbante
tudo será perfeito menos aprimorado
nariz de muçulmano antes da queda
na hemorragia do verso
um só vestígio
o fôlego de minhas entranhas sitiava os portais do corpo
sabedoria é saber que sou
a natureza dos náufragos
o banho gelado em contagem
a cachaça do eterno abandono
todavia
borboletas marroquinas sobrevoam os jardins da infância
porém
meu mais novo brinquedo
passou a ser um lixo exótico
tampouco nas promessas dum sonho flutuante
o que não funciona é tão sentimental
como a solidão sedentária daquela cidade
transeuntes que atropelam meu ócio
arquitetura do parto
vou dançar o último tango das ilusões perdidas
a decadência dos cristais suntuosos
tecido vermelho vai virar turbante
tudo será perfeito menos aprimorado
nariz de muçulmano antes da queda
na hemorragia do verso
um só vestígio
o fôlego de minhas entranhas sitiava os portais do corpo
sabedoria é saber que sou
a natureza dos náufragos
o banho gelado em contagem
a cachaça do eterno abandono
todavia
borboletas marroquinas sobrevoam os jardins da infância
porém
meu mais novo brinquedo
passou a ser um lixo exótico
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