terça-feira, 3 de abril de 2012

borboletas marroquinas e a eternidade do cisco

acredito em nada
tampouco nas promessas dum sonho flutuante

o que não funciona é tão sentimental
como a solidão sedentária daquela cidade

transeuntes que atropelam meu ócio

arquitetura do parto

vou dançar o último tango das ilusões perdidas
a decadência dos cristais suntuosos

tecido vermelho vai virar turbante

tudo será perfeito menos aprimorado

nariz de muçulmano antes da queda

na hemorragia do verso
um só vestígio

o fôlego de minhas entranhas sitiava os portais do corpo

sabedoria é saber que sou

a natureza dos náufragos
o banho gelado em contagem
a cachaça do eterno abandono

todavia
borboletas marroquinas sobrevoam os jardins da infância

porém
meu mais novo brinquedo
passou a ser um lixo exótico

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