terça-feira, 1 de janeiro de 2013

do mesmo árabe que fala

cedro no sangue
mirra nos olhos miragem
culto ao deus sol

babaganuche no almoço
kafta no jantar
e de sobremesa o tabule do sonho
para repreender a linguagem do vazio:

o artesanato das vísceras
o amor rudimentar das oliveiras
espiral do mesmo canto

tudo aziza veio exaltar o silêncio da rosa
a voz duma outra beleza

são as reticências do gozo anunciando sua chegada
sua partida protuberante como aquele desenho

garatujas de cairo
noite sem fim

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