terça-feira, 8 de janeiro de 2013

etrange est au dedains

estranho é o que se tem dentro
e por falar em aventura
níveis elevados de consciência
nunca desejei imagem
tampouco prometi nada
exaustivo de mais tudo aquilo que tem nome
a gula dos olhos martirizando o corpo
feito o egoísmo das aves me quero em liberdade
sobrevoando as contradições da língua
a loucura rudimentar do chão
provável que o desastre seja o mesmo
que o caldo do pensamento continue estagnado
que sua dignidade não passe de algemas
jamais sigo ordem quando estou dentro do mangue
em mim outra música encarna
a multiplicidade bastarda de qualquer delírio acontece
o resto veio coroar a primavera dos alaúdes
o silêncio sem nenhuma estratégia de afeto
individualiza o rastro
sua existência
seu legado de sinagoga e toda esta merda de exílio
faz qualquer árabe perder o fôlego
vagalume de hábitos duvidosos
tempo oco
voz na tempestade do crânio
minhas mãos sem a analogia do passado
passeia pelos pergaminhos da pele
outrora incendeia peleja
é o ciúme dos urubus pela carniça
o esqueleto de sua lógica abandonado na sargeta
cicatriza o mistério
sinônimo de amor e ditadura que não engana

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. suas poesias são lindas. as aqui lidas, e as de antes, recitadas.
    prazer em conhecê-lo nas barrocas ruas.

    um beijo!

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