terça-feira, 14 de janeiro de 2014

resíduos de eternidade

desamparo por amar a tinta - olhos rebuscados de infinito - contemplam nada
deus meu - este medo é contínuo - sozinho amanheço nos degraus do sonho
aludindo o paladar dos músculos - a imagem - desproporcional - sem medida -
deu bandeira na correnteza - foi no shopping tomar um chope
luz estraçalha espera - minha tristeza - resíduos de eternidade
sinto a música no ventre das flores - todas são melancólicas durante o dia
dá gosto ver as roupas dependuradas no vazio do tempo
esquecimento veio repelir a ira - eleita nos escarros de chuva
meu cansaço não tem mãe - sol abrangia o corpo
posso morrer de tédio entre os homens -
desde que a janela fique aberta à convite dos lagartos
memória demoliu a fonte - voz extrapola a época
há um camundongo indiferente na procura da oferenda
sapato que já não presta - vim multiplicar os pães da colheita
dividir encanto na sutileza do vento
não -
não me interesso pelas maresias do credo
na ignomínia de sua chegada - mãos transpiram
engravidei folhas no vaticínio da calma
refém da prória polícia - bem mais preso que algema no fragrante -
os delegados continuam extasiados de cegueira - pau-mandado replantou o gelo
relógio sentencia o verde dum jardim fosco
desembarque da gloriosa mentira - plataforma seis - papagaio de porcelana
adiante só dúvida alimenta - eis que ouço o transe - cidade cada vez mais surda
furta-cor de falácia - maracatu desconheceu a ordem
nos intestinos do ferro - tudo é meio roto
loucura instalada no peito - mandinga - alumbramento

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