sábado, 8 de fevereiro de 2014

o que sobra - nem consigo chamar de resto

encontro repentino de idéias destrambelhadas
a mentira prova que sou inúmeros - abençoa  
coração pleno - na surdina é de lua
lembrança nas paredes cariadas do tempo
foge de toda história
compete a estas palavras sentir fome
café no fogão a lenha - olhos fechados a tanta luz
gosto de bem-te-vi - morcego - tudo junto
não me julgues pelo escarro do instinto
sou do sonho este espasmo - já nem sei o que fica sendo
realidade aqui é titica pra atropelar o que trago no peito
caminho de atalhos do mesmo canto
no escuro do quarto - esta cegueira ficou iluminada
livre na liturgia das algemas - ama - vertiginosamente
como se fosse ponte sem passarela a espera do ciclista
sentimento outra vez transborda
irreal por que tem vida - sem a jurisdição do vento
arruaça de romãs anárquicas
a bandeira do silêncio continua plantada no subsolo  
afugentando a lógica do imperfeito
tipo passarinho com medo do gato
nada vai esmiuçar minha ternura
passo pasmo e aprecio o que não vejo
caso a minha causa com toda esta falta
o que sobra - nem consigo chamar de resto (...)

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