terça-feira, 2 de dezembro de 2014

a heresia dos gafanhotos regenerados

andorinha de asa quebrada
no meio da corja
caminha cheia de placa
divulgando garatuja
no asfalto e no gueto
cansado dos mesmos
papagaios da mídia
desta industriazinha cultural de merda
sendo o último texto
um adeus romântico
seus orixás berram
e o acordam
as demais sereias
hoje se casaram
com a comodidade
outras foram queimadas
pelas beatas de shortinho
pois o sangue do cordeiro
jamais traduziu esta resistência
aos descontentes
deixo o real convite
a anarquia dos ritmos rudimentares
este passe
este transe
minha voz degolou
o monstro da memória
quero uma granada
um fuzil e um tratamento dentário
a margem de toda historia
superei rimbaud e nunca precisei de nenhum verlaine
afim de introduzir no cu da cultura a bosta de seu artefacto
outrora nem o mijo de sua igualdade utópica
eis o plano
a heresia dos gafanhotos regenerados
o parto de um novo filhote
una agravante naturaleza
as ruas reclamam
pelo grude das horas
odisseia barroca
meu esqueleto voa
suspenso el aire
em nuvens nevrálgicas de vento ...

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