quinta-feira, 24 de setembro de 2009

teatro são meus olhos maculando a paisagem indefinível
sobrepondo na carência de palavras o silêncio subjetivo da língua
onde o espaço se decompõe aplicando o segredo do raio
o corpo responde por ressonância
na alma da pele o azul se apaga
a chuva lava o asfalto sujo de sangue
e sozinho no escuro danço (...

os guardiões da terra se assustam
o espírito fica frágil
a voz se corrompe
nasce de solidão o delírio

a tortura corumbá dos poros
de repente assassina os relicários da alma

ritual doce e sem rumo
tarahumara me invento
ao avesso no sol da noite
trouxe mistério
o tamanduá que mudou o mundo
estrangula logo meu pescoço
vai fazer frio na fatalidade do verso

hoje a natureza me entrega suas vísceras
enfeitiçando a saliva do prana
a manhã repousa nas arestas do que sou (:

poesia é noite/ grito rouco para o infinito (...)

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