domingo, 29 de dezembro de 2013

paragem para pirilampos abençonhados

voltei - nem pra tanto - tangram veste volúpia é o jogo -
também é o tédio - não vou dar testemunho -
tem tucano altivo - passeio no passado de bicicleta -
desejo daquilo que nos falta - odeio paracelso e não trago nenhum aforismo
barata que só adora ventilador morre no verso - ano do cavalo porra nenhuma
atendi as lesmas - imaculada é a sombra deste barranco
pajé-sentinela-etnía - lágrima que perdeu o corpo
pergaminho-estrume - a viagem - fala dos afagos da razão
escuta a música - é sem natal - é sem futuro
o ciúme dando um rasante na cuca -
pelo escarro daquele boto não tem potencial
família de musgo e de lodo - agradeço o cisco
carrego em mim a mítica do tempo
sei redigir as carpas - ser antiquário deste instante
visgo de lama - a calamidade do mundo é a mesma
sorriso mentiroso contra os ventríloquos da inércia
deixei de lado o gosto - hora amo a propaganda daquela ruga
esta ode age nas entrelinhas do rito
me faltou o campo - o capacete e a cara lavada pra enfrentar a vida
guardo a navalha no bolso
já disse que sou das coisas menores -
do invisível sem retórica
do matuto que nunca viu facebook
outro dia serei pasto
paragem para pirilampos abençonhados

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