domingo, 29 de dezembro de 2013

ruidosa dor é o mantra dum novo dia

43 automóveis roubados numa só noite - anos noventa  - século 20 -
grito estraçalhando o copo - balde d'água e a chegada da filha
brinquedo com chifre - dracolaura
o talismã silencioso trouxe ressonância e estímulo para os ossos
conseguiu estimular o lado efêmero de tudo
meio ao lodo das artimanhas - saio de alma resplandescente - quase lavada
lavanda nos lençois do risco - reconheço o peso de toda leveza
amor à ferro e brasa territorializa o fluxo
li a biografia do bandido classe média sem sentimentalizar os olhos
ando à cavalo - neste esquecimento outras tananjuras
bebo no gargalo o improvável - fotografias invadem a memória
apesar dos mamelucos românticos - a serpente de plástico excomungava o couro
homem sou de inúmeras cicatrizes sem o amparo estético das tatuagens
amanheci na fortaleza de meu sangue - repito
sorriso árabe a fitar o teto - vagabudo de alegorias suntuosas
descendências pousam no circo deste espanto
que os demais saibam encontrar outra mitologia
pisotear o anel em chão vermelho - assim nascerá a palavra
farrapos de lágrima - qualquer bicho pode adoecer o dia
eis o dilema das cores blasfematórias
criatura se mostrando no desespero do corte
a idéia se apaixonou pelo pálido sorriso do corpo
proponho desbaratinar a eficácia da vida
furiosamente gastos me aborrecem
difícil é enxergar as anetodas do vento sem fazer cara feia
confraria no ócio deste parâmetro - a qualidade do fôlego é duvidosa
porém meus sapatos  ao redor do sol - feito criança -
abastecendo os objetos de glória são irremediáveis
ruidosa dor  é o mantra dum novo dia
há defeito por demais nos alardes da fauna
espetáculo nômade nas alamedas do sonho

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