preso ao nada presto pra outras leis
pra faxina dos moluscos e
dos marítimos amores
algas de mim sugerem outros
partos
abismos de meia - angústia
por tudo aquilo que é sóbrio
em dias de penúria - sigo
tomando a saideira deste acaso
haveria lantejoulas para o
mesmo grito
alegorias e novenas épicas
- ficção de atores no aquário
luz da vida - ora ouço o
episódio
a certeza dos alienígenas perdeu
a importância
peça de teatro no quintal
deste abandono
apesar dos contorcionistas
enfermos
resolvi cantar baladas românticas
para o ócio
pernilongos no jazigo - dado
não foi esta perícia
a distração quilombola da
febre -
determina a causa de outras
caricaturas
no afastamento superficial
do ego -
aprisiona resto de chuva na
garganta - a menstruação daquela folha
abranda a palavra que
adjetiva os arquétipos do gozo
motel-quizumba é o vento vasculhando
o que não existe
desperta o dialeto na gíria
de um qualquer discurso
anterior ao disparo - não esqueço
o trânsito
amor estraga - extrapola
acesso oriental - medusa
marroquina sem turbante
precisei avacalhar a mediocridade
da época
violão cigano quebrou o
salto
esta gripe se transformou
em ternura para o nariz desta alvorada
não consigo viver sem o meio
achocolatado desta pergunta
ruiva cor que me invade -
até aqui atrevi a ser outro
je est un autre - primo
universal de toda fantasia
renasço na prece do moribundo
avistando a lua atrás do prédio
névoa na xilogravura do
mosteiro verde
outros muros virão bloquear
os atentados do verso
a princípio se fez de surda
imitando carioca cansado de
tanta orgia
o mar segue reclamando
novos suicídios
ditadura da moda - nos
quarenta graus de copacabana -
sozinho é o rei na varanda
suja da publicidade sanguinolenta -
fumando o tabaco nobre do risco
Nenhum comentário:
Postar um comentário