segunda-feira, 19 de agosto de 2013

motel-quizumba é o vento vasculhando o que não existe


preso ao nada presto pra outras leis
pra faxina dos moluscos e dos marítimos amores
algas de mim sugerem outros partos
abismos de meia - angústia por tudo aquilo que é sóbrio
em dias de penúria - sigo tomando a saideira deste acaso   
haveria lantejoulas para o mesmo grito
alegorias e novenas épicas - ficção de atores no aquário   
luz da vida - ora ouço o episódio
a certeza dos alienígenas perdeu a importância
peça de teatro no quintal deste abandono
apesar dos contorcionistas enfermos
resolvi cantar baladas românticas para o ócio
pernilongos no jazigo - dado não foi esta perícia
a distração quilombola da febre -
determina a causa de outras caricaturas
no afastamento superficial do ego -
aprisiona resto de chuva na garganta - a menstruação daquela folha
abranda a palavra que adjetiva os arquétipos do gozo
motel-quizumba é o vento vasculhando o que não existe
desperta o dialeto na gíria de um qualquer discurso
anterior ao disparo - não esqueço o trânsito
amor estraga - extrapola
acesso oriental - medusa marroquina sem turbante
precisei avacalhar a mediocridade da época
violão cigano quebrou o salto
esta gripe se transformou em ternura para o nariz desta alvorada
não consigo viver sem o meio achocolatado desta pergunta  
ruiva cor que me invade - até aqui atrevi a ser outro
je est un autre - primo universal de toda fantasia
renasço na prece do moribundo avistando a lua atrás do prédio
névoa na xilogravura do mosteiro verde
outros muros virão bloquear os atentados do verso
a princípio se fez de surda
imitando carioca cansado de tanta orgia
o mar segue reclamando novos suicídios
ditadura da moda - nos quarenta graus de copacabana -
sozinho é o rei na varanda suja da publicidade sanguinolenta -
fumando o tabaco nobre do risco   

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