se as regras da beleza te
prendem - aprende a ser outra coisa
cavalo branco - bicho sem
coleira e sem suporte
entreguei minha alma aos
algozes
garrafa no passeio - cemitério
francês
nome estrondoso para o
filho órfão
dia seguinte a
inconsciência aborígine ouviu a música
oferendas foram celebradas
o dinheiro para a
manutenção do dente desorganizou a falta
depois do passeio - o
presságio rascunhou a fórmula
conquistou a lama em sete
lágrimas mantimenta-se o beijo
eu que antecipo a queda das
aquarelas menores
houve bastante névoa em
meus olhos - descompasso na procedência da imagem
gafes esplendorosas se
apaixonam pelo trânsito
eis o retorno da carne que
adormece no asfalto - falo por parábolas
liberdade alarmante das
ilusões que afugentam
a hipocrisia deste afago é
a mesma das palavras que jorram no jogo
esta forma encontrou
repouso no barro - silêncio pra intoxicar a língua
perpasso a amplitude do vôo
- a princípio as cores do orifício
nomenclatura da fome - o
canibalismo sempre foi oriunda orgia
mãos aflitivas que aplacam
a noite - coração neste atalho
vazio que invoca a vida
sublime do texto - liturgia transeunte sem fronteira
atemporais de usura - as
nódoas se movimentam - acasalam luzes neste céu sem boca
versos paradoxais de
repente se olvidam
a santidade da alma ficou
suja - tempo já não desata o nó do corpo
sei interrogar as flores
moderando a colheita - abismo alimenta o rizoma
garatuja devir contemplo -
seja como pedra - estandarte maltrapilho do peito
a felicidade é tão
miserável que na loucura luxuosa nem corresponde
repito na penumbra do beijo
- este acaso - daqui em diante - outra seiva
em quarto de exílio - o
gozo se propaga em dias de chuva
por mais duma década no
submundo do espelho
o cortejo alegórico sendo
praxe é prestimoso
atentado universal e sonho
- misteriosa fúria - os matemáticos se afogam
pois a proeza das relações
em mim perdeu o gosto
sentencio tormenta - de
qualquer jeito o comprometimento foge
argumento broxa - berço
famigerado de toda magia
estou atravessando os
orgulhos do sol
prelúdio que opera a mítica
caleidoscópio de outra
linhagem
carcomendo o produto de
toda promessa
fala de amor esta canção
preguiçosa - carrossel de coisa efêmera
a suntuosidade
espalhafatosa deste sentimento nunca teve brio
outra vez a franqueza da voz
atingiu os rudimentos
cidade limpa com sua
arquitetura de exclusão idiota
na idolatria do aço - o
seqüestrador de oxigênio bateu o carro
falso ego - firmamento
flutuante - no desastre da lenha
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