sábado, 24 de agosto de 2013

vazio que invoca a vida sublime do texto

se as regras da beleza te prendem - aprende a ser outra coisa
cavalo branco - bicho sem coleira e sem suporte
entreguei minha alma aos algozes
garrafa no passeio - cemitério francês
nome estrondoso para o filho órfão
dia seguinte a inconsciência aborígine ouviu a música
oferendas foram celebradas
o dinheiro para a manutenção do dente desorganizou a falta
depois do passeio - o presságio rascunhou a fórmula
conquistou a lama em sete lágrimas mantimenta-se o beijo
eu que antecipo a queda das aquarelas menores
houve bastante névoa em meus olhos - descompasso na procedência da imagem
gafes esplendorosas se apaixonam pelo trânsito
eis o retorno da carne que adormece no asfalto - falo por parábolas
liberdade alarmante das ilusões que afugentam
a hipocrisia deste afago é a mesma das palavras que jorram no jogo
esta forma encontrou repouso no barro - silêncio pra intoxicar a língua
perpasso a amplitude do vôo - a princípio as cores do orifício
nomenclatura da fome - o canibalismo sempre foi oriunda orgia
mãos aflitivas que aplacam a noite - coração neste atalho   
vazio que invoca a vida sublime do texto - liturgia transeunte sem fronteira
atemporais de usura - as nódoas se movimentam - acasalam luzes neste céu sem boca
versos paradoxais de repente se olvidam
a santidade da alma ficou suja - tempo já não desata o nó do corpo
sei interrogar as flores moderando a colheita - abismo alimenta o rizoma  
garatuja devir contemplo - seja como pedra - estandarte maltrapilho do peito
a felicidade é tão miserável que na loucura luxuosa nem corresponde
repito na penumbra do beijo - este acaso - daqui em diante - outra seiva
em quarto de exílio - o gozo se propaga em dias de chuva
por mais duma década no submundo do espelho
o cortejo alegórico sendo praxe é prestimoso
atentado universal e sonho - misteriosa fúria - os matemáticos se afogam
pois a proeza das relações em mim perdeu o gosto
sentencio tormenta - de qualquer jeito o comprometimento foge  
argumento broxa - berço famigerado de toda magia
estou atravessando os orgulhos do sol
prelúdio que opera a mítica
caleidoscópio de outra linhagem
carcomendo o produto de toda promessa
fala de amor esta canção preguiçosa - carrossel de coisa efêmera
a suntuosidade espalhafatosa deste sentimento nunca teve brio  
outra vez a franqueza da voz atingiu os rudimentos
cidade limpa com sua arquitetura de exclusão idiota
na idolatria do aço - o seqüestrador de oxigênio bateu o carro
falso ego - firmamento flutuante - no desastre da lenha


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