sábado, 29 de agosto de 2015

no silêncio de cada página

traz alegria
saber que o outro entendeu a mordida
mesmo nunca enxergando minha boca
tampouco a matematica de meu bigode
naquela cidade
outra vez
provocando
lirismo em cada tartaruga
nao convidei ninguem pra suruba
por que advem do vazio
todo meu enfado
ali instalado
no meio dum bando
de adolescente barbado
chupando os seios da guria
a voz rouca de um violao repetitivo
o menino chato
propagando
sua intensidade imaginaria
toda esta anarquia pseudo-caotica
pela duvidosa energia
sinestesia
de cada alma que me sufoca
onde so a gratidao do ritmo me acalenta
o poema tenta
parir meus quadros
toda vertente de uma rua colorida embriagada
no silencio de cada pagina
sentindo a invisibilidade deste amor
que se faz presente
bem na minha frente
a identidade luxuriosa do sol
o que vem de dentro
carcomendo o peito
sem nenhuma expectativa
so me interessa a vida
a mediocridade do tiro
o rascunho desgovernado da prosa
vencerei ou serei abatido pelo meu vicio
por esta compulsao espalhafatosa
nos jardins das delicias
que se transformaram em cactos
inquerito da barata tonta
procurando esconder seu narcisismo
no esgoto altruista
como se fosse plastico
a paz sempre foi um pus
que nas maos da moral
fode toda guerra
pois a catarse das ilusoes
inventariou
pronomes
adverbios
dialetos desvairados
e fica anunciando
vertiginosa verdade
na porta da senzala
ou daquela favela
ela
mecanicamente
fita-me nos olhos
e fala que toda hipocrisia virtual
continua sendo oriunda
duma existenciazinha sem sal
anemia no sangue
a cegueira da cuca
tatuada na pele
ja nao reconhece a melodia
o compasso deste meu samba
zomba daquela artificial angustia
e caminha vivo
entre os vagalumes do ermo
sem culpa e nenhuma bandeira
grandiosa sexta-cheira

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