terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ordem de devaneios insubmissos

boca-paisagem
o retrato do risco e do rastro
rainha etíope - meteoro que paira sobre a terra
ordem de devaneios insubmissos
tatua em espírito o espanto
poucos sentem pés que interrogam o chão
noite fria com toda sua volúpia e seu silêncio
mar agitado o bastante pra ser calmo
borderline dos muros
peço paz que não possuo
fruto da guerra à distância
lomografia em luto
o deboche das multidões minguadas
tudo que escrevo escarro
aprendi com os potros do desejo:
o movimento sem mufuka as vezes aqui me ofusca
vem a morte e o motivo torna-se outro
outrora aproveitemos a temporada de nossa pele em outra pele
confidenciando vertiginosas verdades
entre as protuberâncias da rima
é preciso extinguir o óbvio
deixar com que o ócio governe
estes fantasmas uma causa sem comportamento e moda
vou ligar o abajur pra iluminar a liturgia do corpo
sou uma espécie de cristo ao avesso com cara de terrorista
forte pra receber o fardo e transformá-lo em brinquedo

Um comentário:

  1. Borderline - acho que no fundo todo mundo é só não encarna por que tem medo do ridículo.

    Padrões.

    'O que será que será
    Que da dentro da gente e que não devia
    Que desacata a gente, que é revelia
    Que é feito uma aguardente que não sacia
    Que feito estar doente de uma folia'
    Chico Buarque de Hollanda

    Ah! Notei a transformação no blog ficou bonito, acho que você tem todas as habilidades de um grande poeta, um grande artista e vai saber lidar com essa ferramenta para divulgar seu trabalho com muita destreza.

    'outrora aproveitaremos a temporada de nossa pele em outra pele'

    no meu caso nasci sem razão, defeito de fabricação Deus me deu mais emoção do que razão por isso borderline sempre no limite, mas poucos entende, preferem ler o CID do que compreender a essência que à flor na pele.

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