quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

santa dor que me invade

o mesmo texto
nunca o mesmo fato
como se fosse o casarão da memória
a graduação dos espantalhos
com suas túnicas sujas de sangue me deixou besta
o chápeu do imperador boiando no absoluto
o abraço sanguessuga de meu ócio romântico
faria uma escolha mal feita
o herói que satirizou a estrada - meia chaga
o morto na garupa da motocicleta que carrega um saco
infantes fumam pedra duas vezes na cinelândia
e você vem com perguntas esburacar meu ego
digo que nada adianta
que a dor que me invade é santa
é santa a dor que me invade ouviu 
deusa profana que me quebrou um galho
amamenta os doze leopardos
mitológica diana
que meu orgulho noutras águas se faça sem medo
e nunca tenha modo
desastre na veia da marionete barroca

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