domingo, 30 de dezembro de 2012

vaga por demais a existência com esse muro

acaba passando dentro de mim e escorrendo pro papel
se sou favela não - mas a fartura de meu grunhido é árabe
as coisas se mistuam- se diferem - se diluem em seu próprio conceito
fica a babação de ovo - os automóveis esquecidos no brejo
o prêmio mabel de lixeratura
o hotel luxuoso de marrocos com seu paradoxo de miséria

falo de quem fala em devaneio

é bandido querendo virar playboy
é playboy querendo virar bandido
é gente fora da moldura querendo entrar
é gente dentro querendo sair

é vaga por demais a existência com esse muro

um murmurio rouco

escritor que mandou prefácio com boleto bancário
pra mim pagar com moedas de ouro seu ofício

confesso

se ganhar o jabuti do ano vou virar jagunço
beber licor de jabuticaba pelado na rua
cantar fuscão preto na flip até vomitar beleza

vai ficar lindo meu rosto suado e sujo dentro da galeria
possesso de garranchos e outras crateras    

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