patinho que nada em pé -
deitado vira pau de sebo - se afoga
idéia hoje é desmerecer o
precário e ficar na beira do abismo aliciando o desespero
tipo falar de puta sem nunca
ter freqüentado um puteiro
atacando de bacana - de
ray-banzinho branco - retrô do que falta
com a cartilha do
pode-não-pode debaixo do braço
barrigudo de oitenta dá
palestra e reclama - poesia nunca teve passado
a geração de hoje é bem mais
careta que a de ontem
aí o merda justifica em roda
morta o cachê que ganhou da coca-cola
é certo que transgressão em
arte se transformou numa travesti que pra cada dia usa uma peruca
rosa - loira - vermelha -
tudo só pra maquiar a dor - o peido e o parto
outrora os acontecimentos do
mundo são os mesmos - as temáticas teimosas nunca variam
o manifesto do nada na terra
do nunca desse lobão é uma balela
está pra cordeiro - humor
canalha que se julga inteligente
é ponte grande - seus pés
mexeram com a cabeça biruta do cara
meteu pica de antropofagia no
rabo da coroa
pilha na lésbica que só comeu
por causa da cerveja
cuidado - tem sempre um
bonachão que discute semiótica em cada esquina do planeta
o que paga de intectualóide -
batedor de punheta de pinto mole lá da usp
dança butoh de
pós-modernidade como se fosse um fusca - avalanche
amanhã tem festa - na marcha
das vadias vaidosas - paquera é pata de camelo
nenhuma causa - celebração
etílica - batom na boca e blusinha do fora-lacerda
sem falar no guaraná das
ilusões
estou garimpando as chagas de
cada candango
periferia - nordeste - dentro
da metrópole
carolina tinha razão - é
quarto de despejo - senzala
recebeu beneficio - bolsa
fascista - comprou cigarro
leite escorria dos olhos que
se acabam
na realidade o programa se
fosse rudimentar seria bem mais ridículo
melancolia é propina na mão
dos impostores
patrocínio da petrobras
industrializou a carranca mentirosa e permanente da cultura
esse outro padroniza o prazer
sem orgasmo da imagem
faz curta só de beijo - pega
cinqüenta mil e zarpa
o de dentro finge querer sair
- o de fora faz tudo pra entrar
entoa -
vem-mais-lixo-polifônico
e as crias da
passividade aplaudem
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