quarta-feira, 29 de maio de 2013

é míope os querubins do nome

conversa’fiada - cães alimentam o mistério do poste - de barba outra vez  
penduricalhos da voz - dor que me assalta - vinte e seis personagens curtiram
inflamaria o ego - dando soluço - o pai que te aceita
nesta aldeia - estrada de terra - quase cinqüenta casas e nenhuma horta  
olhos que já não enxergam o fluxo - vida é só redoma
desejo destrambelhado de quem rodou muito - seu beijo - querida - não pode furtar a idéia
manhãs desabrocham - livros promocionais abarrotados de culpa   
vi que tu raspou o cabelo igualzinho aquelas mocinhas modernosas que amam o vazio
na cidade - é míope os querubins do nome - prejuízo de alma - detesto o soneto e o plano
mostra logo o troço - bica do meio-campo na bola - acerta o gol  
vento sem fazer alarde - na luxúria do clitóris a jato   
o desabrochar hermafrodita da coisa - faz deste fardo - velocidade e desenho
coração-estorvo - só neblina - ilusão de outro jeito foi quem me trouxe
namorou duas ao mesmo tempo - este eu arrasta ...
lembra as aquarelas do abandono sem remédio  
o mesmo sapato que renasce no quilombola das crias  
traquinagens imprevisíveis - ganhou dinheiro - suicidou a lancha
e se a vítima desgovernasse o gozo   
na des-memória das flores - povoaria o silêncio               

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