não me ordeno - nem os braços
de paola deixo
sentencia o desastre em
declínio de beleza
fruto de desejo - nunca pesa
necessidade - valeu a pena ficar cego de um olho
na filosofia deste risco -
sem nenhum cuidado - encontrei carranca
perfume na tara do aterro -
esbanjando espaço - na prevenção das pedras e das perdas
fica espalhado de rua os
calos da boca - manhãs sentimentais - esquecimento sem promessa
desperta a dor de nenhuma
lágrima - o que sempre foi protesto
deu zebra - cabelo de
chapinha com ódio de chuva
zeca que adora os menestréis
- na praia do morro conta história
alimentando a redundância do
ego - na sexta sai mais cedo
aí pergunta - ao habitante
das margens - quanto tempo não transa
fragiliza a resposta pela
patente das águas
123 calorias de vôos vendidos
e outros comprados
no abismo da porta velava o
morto
então chega
o padre
o pastor
e a
milícia
reservatório de ossos pra
nenhum deus botar defeito
com seu mantra enganoso
comercializa a risada
o colunista da folha é
ponderado - veste a fantasia das provocações menores
defende o seu contrato de
letra - convidando os adormecidos de barro pra uma festa
só os analfabetos da lógica
me interessam - isso tudo grito sem precisar de propaganda
grilo esmagado na janela -
vinte mil anos de azar e açoite
na orgia do inútil me
embriago - as comportas do crânio continuam abertas
repito - tarântulas que
escalam o verso - rimas que desorganizam a eternidade
sempre serei desta fome -
porra - garatujas masoquistas de sonho
garanto espasmo - ornamental
instante broxa - punk de butique nada sente
vou pra marte - 16 - de
saturno
pina que conheço é um bairro sem
nenhuma bicicleta
se te apago - amor - a música
deixa de ser barroca
contemplo o céu do chão com a
mesma força de quem olha do alto
bailarinos do
palácio-vida-ganha mais uma vez caricaturam o fôlego
os sedentários de ombro são
passivos na platéia
nem posso concluir a imagem - as artimanhas da grama -
pés que vagam
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