segunda-feira, 27 de maio de 2013

voraz naufrágio - desigual desenho alastro

deserto feliz - os melhores arbustos ainda são virgens  
o que não sinto - anjo roto - acelera o transe
a reunião das cinzas - este reino
o hip-hop clichê sem o brio do nada perdeu a importância  
testa em cama de motel - mais uma vez machuca
com a garganta voltada pro infinito
o estereótipo das borboletas amaldiçoadas governou o passe
bocas palavram fantasmagóricas de sangue - relicários fragmentam a noite
inveja nenhuma do turbante - cara de marroquino repousa  
subversivo sonho - esta voz perdeu o freio - foi falácia de mercado
herdeiro da névoa - voraz naufrágio - desigual desenho alastro
corpo alimenta loucura - se encontrar razão foge o ritmo
oitenta e duas lesmas que orgasmo
é certo que os dromedários aperfeiçoariam o silêncio
cusparada nos que barateiam o verso e o hormônio  
tomara que os amadores esplendorosos continuem a odiar o jogo   
sua mesmice me deu um beijo neste exílio  - outra vez a caravana do ócio se aproxima  
o musgo dos muros pichados de bronze - na estadia dos beija-flores revela o segredo
criança de três anos - hoje é feriado - e no final quem paga a conta
publica postagens irrelevantes - velhinho que de novo me abraça
microfone imaginário - não esquece ternura
um é patriota - o outro é fascista de um metro e meio  
bactérias ali se multiplicam - durou duas noites - direto - sem diretriz alguma
cinco travestis escravizadas - a elegância do lixo - no relevo da pança
nem tirou raiz quadrada de mar-morto
         

Nenhum comentário:

Postar um comentário