deserto feliz - os melhores
arbustos ainda são virgens
o que não sinto - anjo roto -
acelera o transe
a reunião das cinzas - este
reino
o hip-hop clichê sem o brio
do nada perdeu a importância
testa em cama de motel - mais
uma vez machuca
com a garganta voltada pro
infinito
o estereótipo das borboletas
amaldiçoadas governou o passe
bocas palavram fantasmagóricas
de sangue - relicários fragmentam a noite
inveja nenhuma do turbante -
cara de marroquino repousa
subversivo sonho - esta voz
perdeu o freio - foi falácia de mercado
herdeiro da névoa - voraz naufrágio
- desigual desenho alastro
corpo alimenta loucura - se
encontrar razão foge o ritmo
oitenta e duas lesmas que
orgasmo
é certo que os dromedários aperfeiçoariam
o silêncio
cusparada nos que barateiam o
verso e o hormônio
tomara que os amadores
esplendorosos continuem a odiar o jogo
sua mesmice me deu um beijo
neste exílio - outra vez a caravana do ócio
se aproxima
o musgo dos muros pichados de
bronze - na estadia dos beija-flores revela o segredo
criança de três anos - hoje é
feriado - e no final quem paga a conta
publica postagens irrelevantes
- velhinho que de novo me abraça
microfone imaginário - não esquece
ternura
um é patriota - o outro é
fascista de um metro e meio
bactérias ali se multiplicam
- durou duas noites - direto - sem diretriz alguma
cinco travestis escravizadas
- a elegância do lixo - no relevo da pança
nem tirou raiz quadrada de
mar-morto
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