domingo, 30 de março de 2014

a droga da esperança e o credo

vila rica - coração continua sendo vilão deste desejo
não consigo explicar -
a partir de agora sou esta tarde vazia num canto
gosto nojento de cevada em minha boca
trago a alegria dos alicates que atacam o osso
sempre a mesma porra barroca à regurgitar memória
falta tranquilidade para o trapezista atingir um sortilégio iluminado
peço tuas mãos sonâmbulas e enfermas pra compor este instante
drama com cheiro de sangue na senzala das pedras que me atolam
abraço tuas ladeiras e cuspo no ventre de tua riqueza duvidosa
estarei cego pra tudo que não for espontâneo
não tem preço as entranhas do afago
quero a doçura desta agressividade gulosa
liberdade litorânea daquela besta
nada se aproveita
anseio morte onde as palavras me embriaguem feito um deus no cativeiro
é o esplendor que se fez trapo
a rua continua fria - perambulo noite inteira
o fantoche de dona olímpia - uma caricatura mal feita -
hoje tem gosto de academia
ele é poeta - foda-se fany - alminha que já não voa
minha liberdade odeia teu teatrinho chulo - arranjado - universiótario
por que sou vida - desnecessário falar que sei suicidar os postes
arremato sem justificar o corpo -
a droga da esperança e o credo

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