terça-feira, 30 de junho de 2015

agora mato a tiro a ratazana de todo assédio

refuto toda materia
e manteria meus olhos
grudados no oxigenio da rua
bem melhor que aquele bando
de analfabetos letrados
de futuro duvidoso
naquela ilhazinha
chamada faculdade
pois meu sangue nao
vai virar tese de doutorado
seu doutor
mal fiz a setima
e tu especula
acha que sabe alguma coisa
vai continuar cego
mesmo se eu abrir a porta
ninguem conhece nada
de nodoa alguma
seu rapaz
qualquer desejo biografico
sempre foi um fracasso
ah ja sei
tu gosta do meu figurino
me chama de dandi suburbano
e fala da barbarie que nao te toca
por que me acha um bichinho exotico
deste brasil braseiro
confesso aqui seu vazio
mal de jornalista sem virtude
foram tantos os fantasmas
que atravancaram meu caminho
que sou agramatico
pra nenhum alfred jarry botar defeito
besteira
pretensao alguma em ser erudito
so que tem coisa que faz parte
de minha jornada
deixa eu te contar
a primeira surra
que ganhei do pai arabe
de vara de marmelo
das cores que ficaram
em minha cuca
da cama beliche
parede vermelha que pintava
pois entao
ate o silencio ali perdia o folego
maior que todo folhetim
amo o oposto
deste cisco
deste circo
o poeta nao esta so nas ruas
o poeta esta flutuando
pelo suicidio do tempo
convidando a todos
para banquetear sua carne
derramando lagrimas
pela beleza que ninguem mais ve
obrigado pela tentativa
tu derrapa nas minhas curvas
sua motoca
nao consegue subir meu morro
fiquemos com este murmurio
com o ronco escroto
deste motor de arranque
os amigos egoicos de futilibook
tens razao a ratoeira ficou viciada
agora mato
a tiro
a ratazana de todo assedio
por que loa a lebre
pelo lixo de qualquer nirvana

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