terça-feira, 30 de junho de 2015

carta marcada pra morcego peralta

talvez eu perca toda coragem provavelmente desista da viagem
de ligar para meu inimigo predileto
feito rimbaud
que nao escreva mais nada
pois na realidade
nunca tive saco para o obvio
quem sabe fique
so
com meus cadernos
so
com meus cachorros
lendo o mesmo livro
todo dia naquele boteco
sonhando
com este amor-abismo
ou com o aniversario da mae
que morreu mais nova
que o filho-mediterraneo
tudo isso
fidalgo
qualquer coisa
da na mesma
trejeito camuflado
na loucura do tempo
doente com tanto vazio
o pragmatico veio me dizer
que preciso tomar partido
igual prego no angu congelado
bota no sol que derrete
comida japonesa prostituida
pelo falta de combustivel no carro
ela tem tudo
grave e agudo
mas continua surda
como se nao sentisse nada
entretida com a viola
de sua embriaguez repetitiva
coitada esqueceu a vida
derramou infancia
no sorriso dos candelabros
carta marcada pra morcego peralta
traz limao pro trago
uma acompanhante de vinte
igual praga nesse meio
musica daquele passado
uma so privada
consagrada

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