quinta-feira, 2 de outubro de 2014

crente pela anarquia renascentista de meu disparate

voto no aécio
por que veste bons ternos
frequenta a noitada carioca
vai roubar pra caralho mesmo e cheirar cocaína aos montes
já a besta da dilma nem conversar direito sabe
tô cagando pro social
pro imperialismo norte-americano
toco um foda-se
me gritava o veizão
aqui na lapa catando latinha
enquanto a gente gargalha
sonhei que as faculdades públicas e privadas
se transformaram em terreiros de umbanda
afim de cultuar nossos ancestrais sem nenhuma droga de sincretismo
e que os professores do fracasso
foram substituídos por babalorixás cafetões pauzudos
onde os analfabetos de futuro duvidoso que um dia foram chamados de aluno eram degolados em atacado
fila única feito sacrifício para o tempo
de repente abro um livro
crime na flora do tal ferreira gaga
até gostei - porém desconfio
melhor ficar com isso que o homem
lembro dele lá no teatro municipal de são joão del rei
enquanto eu lia
o bicho ficava com cara de cu
pois espelho não enxerga espelho
que desgrama
muita bica dei em cavalete pela madruga
de manhã a mesma coisa
um bando de idiota faz campanha doido pra arranjar uma boquinha
ou garantir a porra do aluguel ou da cerveja
vem carro de som o capeta
meio a tanta putaria
a outra rebola gostoso mexendo a bandeirola
entretanto
mais cansado que o mundo
entrei na rodoviária novo rio
na parede cartaz da marina silva
ganhou cusparada minha sem perdão
crente pela anarquia renascentista de meu disparate
tanta revolta
na volta dentro do ônibus
aquela loira não entendia
mas chupava com gosto no último banco sem alegoria
sem nostalgia
sem marx
sem ista
só aquela pica
nada moralista
brilhando no sol que batia na janela
cinderela
favela
o cometa
a letra ficou oca
meio a tanta frente
a mente ama só o que divaga
o resto virou praga
chaga
propaganda mal feita
abre a boca por que só vou gozar o que te amamenta
aproveita

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