quinta-feira, 2 de outubro de 2014

paragem onírica desse vulto

o social sempre
foi a droga
de um sol
que me sufoca
prefiro mesmo
toda essa
anarquia renascentista
pois a treta do medíocre não tem distúrbio
duma janelinha barroca sonhei que a cidade
careta
de são joão del rei
estava em chamas
e que
almagarra
meio a poucos
ipês amarelos
protegia o córrego
sua nascente
nesse impasse
subo
a serra do lenheiros
de imediato
estupro um anjo
esse da fotografia
num piscar de olhos
pela catedral
herege
daquela missa
na estrada das águas
sem consolo
pernoitava
vestia um bom terno encardido de poeira
sendo estrangeiro
a todo amor que ignoro
o avesso disso
me aborrece
ali me aborta
memória
ciclovia de fadiga
solidão de veraneio
página por pagina
reconstruiu tesouro
entre o invisível fluxo
delegava ao verso outra vida
indolente
pela paragem
onírica desse vulto

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