terça-feira, 21 de outubro de 2014

néctar revolucionário desta pseudo-colheita

certo que foram treinados que se proclamaram militantes desse avesso
profeta fascista que anseia conforto
meio-dia
o relógio da torre toca
o pulmão do mundo
industrializa este sangue
e enxerga o rosto de cada operário nesse transe
no plural das veias faz frente
na senzala das mesmices
nada normaliza o fluxo
rebanho que só cresce no cativeiro
ate herói hoje perde
o juízo
a coragem
meia duzia luta
misturando luxúria no sarau que só há poema
digo logo
nao se organiza o sonho
a dignidade indigna do meio
o que seria do medo sem o amor de cada formiga
novos coletivos lucrarão com o néctar revolucionário dessa pseudo-colheita
cisco nos olhos de toda modernidade duvidosa
cult nas favas
pelas entranhas da favela
já não se ouve o disparo
passarinho por outras frequências
sem carruagem
nem abóbora
estrela dalva
são mateus
nacional
jardim do lago
de esgoto à céu aberto
na fazenda do rocha
confisco
contagem abortiva
eldorado sem carajás
ilha
apartheid
o mesmo pros daqui em toda belo horizonte
onde a cada segundo mais um reclama pelo próprio umbigo
olha ela
trampa no centro histórico com cultura
e a noite faz moda na una
meu peito gargalha
fica sem paciência com tanto pau de bosta burocrata da arte
em seus palladiuns
de suntuosas ongs
a metralhadora da mentalidade medíocre continua com o mesmo discurso
de industria cultural
monstro que sempre vai castrar o espontâneo
pra melhor doutriná-lo
todavia olvido todo e qualquer manifesto
em estado de sítio
aos que tem fome
qual seria o pão
o grito
o silêncio
já não se inflama
tudo tão cênico como de outrora
in exílio nunca reclamei pátria
deusa moralista
que me dá nojo
tampouco levantei bandeira
um blinde a toda vida
que não vale nada
por que só de falta
voa
aquilo que goza

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