quinta-feira, 9 de abril de 2015

a distância que me separa desta penumbra

nudez sempre foi linguagem vital instintiva do corpo
bem maior que qualquer artimanha atentando o artifício
abomino performance
pela falta de escarnio
neste artefato que contamina o jogo
por que nada pode camuflar
este vazio de alma que trago no peito
eu que sempre fui uma possessa
hoje durmo na beira deste lago completamente sóbria
três mil vezes mais chapada
que qualquer bebedor de cerveja
sei que meu orgulho egoista me demarca
não consigo sentir a distância
que me separa desta penumbra
de meu tesao por aquela cinquentona abrindo ainda mais o decote
a morte
cicerone neste abismo carioca
falei pra ela de vila isabel do bar do noel
depois te sonhei pelada pela madrugada
chapada indo tirar uma la na mangueira
esperando onibus pro mercadao
sem novidade de madureira
besteira
aquela nossa trepada em botafogo
o fogo era meio duvidoso
depois da orgia
com nossa vizinha de apartamento
voce acendeu um cigarro
fechou a cara e foi assistir novela
eu lá no banheiro só pensava em divorcio
e naquela novinha magrela la do sacolao
que ate doeu
minha mao de tanta punheta
a gente tenta e atenta
com mais de vinte anos de casados
atados nesta ilha sentimental
nunca mais um anal
nem o ceu a gente olha da janela
um dia nossa falsa paz
fode com a cinderela

Nenhum comentário:

Postar um comentário