a dualidade de qualquer desconforto realmente é uma desgraça
nunca fui homofóbico
tampouco estou me escondendo atrás de um porre ou de namorada
há doenças que não se explicam
discriminado sou somos sumos a toda hora
nego me bota na moldura e nunca olha pro quadro
tudo que vive erra faz curva caminha por atalhos
mas vivemos num tempo tão vagabundo
que qualquer falácia já é motivo de discórdia
palavras irrefletidas
versos dissonantes
não há nenhuma possibilidade de agradar a ditadura do olho
sei que ontem foi uma merda exasperei-me feio
mas o fato são outras frituras que trago na cuca
somos todos juízes neste tribunal sem honra
apesar de tudo peço desculpas pelas imperfeições e os cágados da língua
este fantasma carrega o passado feito armadilha de um futuro duvidoso
sendo o presente uma cisterna profunda
abismo onde toda solidão grita
esbraveja como se a tal da humanidade tivesse que pagar o pato
reverter o pacto
colorindo o pergaminho da alma
multiplicando as cores
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