a verdade morava dentro duma caixa de sapatos cor de rosa
tinha olhos vesgos era sem pescoço
e se escondia da vergonha esquartejada
a vergonha sempre foi uma socialite histérica
que entendia a verdade como uma prostituta vertiginosa
e o silêncio
o silêncio era tudo
cena 1:
nossa prostituta verdade caminha pelas ruas
como se estivesse bêbada de esperança a qualquer preço e fala:
minha razão tropeçou naquilo que me faltava
alimentei toda moral confiante na certeza dos abutres
agora sofro por ter me enforcado no cipó da lógica
ando morta rabiscando meus desejos nas muralhas suicidas
prefiro hoje o monstruoso silêncio
a safada socialite vergonha
tomando um porre no boteco da esquina
mais uma vez se camufla se cobre com uma burca
cena 2:
ambas se encontram no mesmo cabaré todo-sonho-é-titica
verdade resmunga:
vergonha sou vertiginosa e vagabunda
me transformo em mentira toda hora
acho que tudo vestiu a mesma roupa
minha voz antecipou delírio
enquanto verdade se lamenta:
uma bicicleta vermelha atropela um poste
uma criança chora comendo banana
um mendigo pensa em assassinar a lua
vergonha agora tagarela:
estou cansada
cansada de mim e destes terapeutas que me amolam
não me escondo me estrago ouviram
sou de silêncio um gozo
de sombra nas crateras do infinito uma fuga
:um tomate gigante rola pelado no palco
uma dentadura fosforescente canta
verdade e vergonha se olham provocativas
e se lambuzam de jóias
cena 3:
nove homens verdes fazem arruaça no palco e desaparecem
verdade come a língua
vergonha esfaqueia fumaça com fúria
começa uma ventania
verdade se joga no chão
vergonha se mata na cortina
stravinsky toca
a platéia continua surda
e o silêncio
o silêncio virou grito
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
gravata azul clarinha quase branquela
que o chamado desejo nunca seja corrompido por pequenas tragédias
tampouco se tratando de vazio que o cheio transborde
ana
aprendiz de inércia em meu corpo fábula
cansei de mistério quero ser simples como o dia
sol no rosto do andarilho acariciado de sonho
há que saber pecar o bastante
boca suja de eternidade
pra que o silêncio fale alto
uma mentira
uma mistura
motivada pelos olhos que demarcam a pele
enquanto ando de bicicleta emaús me fogem
sei daquilo que sofre
nas garagens intransponíveis da solidão
deito na terra da esperança embriagada
exausto de alma magnética
no que sou segredo
ana
esmaguei o grilo na parede
com as mesmas mãos que acariciavam seu ventre
te prometo nada
meu pacto continua amando o paraíso deste abandono
na floresta natural do verso
língua paralítica
transformando as cores do ralo nas imagens que invento
tampouco se tratando de vazio que o cheio transborde
ana
aprendiz de inércia em meu corpo fábula
cansei de mistério quero ser simples como o dia
sol no rosto do andarilho acariciado de sonho
há que saber pecar o bastante
boca suja de eternidade
pra que o silêncio fale alto
uma mentira
uma mistura
motivada pelos olhos que demarcam a pele
enquanto ando de bicicleta emaús me fogem
sei daquilo que sofre
nas garagens intransponíveis da solidão
deito na terra da esperança embriagada
exausto de alma magnética
no que sou segredo
ana
esmaguei o grilo na parede
com as mesmas mãos que acariciavam seu ventre
te prometo nada
meu pacto continua amando o paraíso deste abandono
na floresta natural do verso
língua paralítica
transformando as cores do ralo nas imagens que invento
terça-feira, 30 de novembro de 2010
rio por quem tanto amo
uma ferradura abandonada
no asfalto nu
nosso herói suicidou-se
então fiquei lembrando do bandido
que te botou pra fora de casa luizângelo
mãe chorava
e eu todo poesia
esfregava meus olhos na lua pra afastar aquilo
só agora ouço outros acordes
na solidão histórica de meus dedos
bisgodofu e suas gloriosas tragédias
fica evidente que a mídia é uma merda
que pegou carona no filme da tropa podre
dando uma cagada
no destino sonâmbulo das metralhadoras que apavoram
tudo nao passou de novela
de novena
pra aumentar o preço da cocaína
olho gordo de milícia
santidade fardada
criança do morro pra ser notícia
polícia com os mesmos vícios do tráfico
na favela da senzala
os alemães receberam papai-noel de doze
ele ficou tão contente
mais tão contente que gozava
a cada tiro
a cada morte
a cada murro
promovendo a varredura das almas
ignorava o sonho das bicicletas embriagadas de sangue
no asfalto nu
nosso herói suicidou-se
então fiquei lembrando do bandido
que te botou pra fora de casa luizângelo
mãe chorava
e eu todo poesia
esfregava meus olhos na lua pra afastar aquilo
só agora ouço outros acordes
na solidão histórica de meus dedos
bisgodofu e suas gloriosas tragédias
fica evidente que a mídia é uma merda
que pegou carona no filme da tropa podre
dando uma cagada
no destino sonâmbulo das metralhadoras que apavoram
tudo nao passou de novela
de novena
pra aumentar o preço da cocaína
olho gordo de milícia
santidade fardada
criança do morro pra ser notícia
polícia com os mesmos vícios do tráfico
na favela da senzala
os alemães receberam papai-noel de doze
ele ficou tão contente
mais tão contente que gozava
a cada tiro
a cada morte
a cada murro
promovendo a varredura das almas
ignorava o sonho das bicicletas embriagadas de sangue
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
batuque cósmico
na sinagoga se ouvia o galo
naquele instante as frituras do destino
olhos brincavam - traduzindo desejo
livros eram aprisionados
no sarcófago da eternidade barroca
outrora minha voz esteve apaixonada
nos terminais da loucura que perdia o fôlego
na camaradagem das estrelas
sonhos mutilados me cobravam lógica
meu espírito ficou assustado
com palavras nômades abarrotado de acesso
presente em tudo
os rebanhos gritavam a resistência dos corpos
jaziam de onírico as parabólicas de terra
griots nos bulevares da história
algo me fez enxergar os tambores
deusas que divagam pela natureza dos poros
maxacalis da fábula
iguarias nos terreiros de odin
flores primitivas no asfalto da vida
naquele instante as frituras do destino
olhos brincavam - traduzindo desejo
livros eram aprisionados
no sarcófago da eternidade barroca
outrora minha voz esteve apaixonada
nos terminais da loucura que perdia o fôlego
na camaradagem das estrelas
sonhos mutilados me cobravam lógica
meu espírito ficou assustado
com palavras nômades abarrotado de acesso
presente em tudo
os rebanhos gritavam a resistência dos corpos
jaziam de onírico as parabólicas de terra
griots nos bulevares da história
algo me fez enxergar os tambores
deusas que divagam pela natureza dos poros
maxacalis da fábula
iguarias nos terreiros de odin
flores primitivas no asfalto da vida
terça-feira, 23 de novembro de 2010
piolho nababo
pinto
pinto
pinto minha boca de vermelho
desenhos são desejos que divagam ...
e a pintura é uma puta de oitocentos ânus
que morre de amor pelo poeta
a propósito o que seria de mim
sem a passividade
da cor
do cu
calabouço de vertigem no estupro do verso
piolho nababo
na cabeça das marionetes que dormem
amanhã sou nada
pergaminho de silêncio em tudo
vatapá para os vagabundos deuses
o jeito é me prostituir por tão pouco
tanto seria se não fosse
de um olho só
o sol assola a peste
pinto
pinto minha boca de vermelho
desenhos são desejos que divagam ...
e a pintura é uma puta de oitocentos ânus
que morre de amor pelo poeta
a propósito o que seria de mim
sem a passividade
da cor
do cu
calabouço de vertigem no estupro do verso
piolho nababo
na cabeça das marionetes que dormem
amanhã sou nada
pergaminho de silêncio em tudo
vatapá para os vagabundos deuses
o jeito é me prostituir por tão pouco
tanto seria se não fosse
de um olho só
o sol assola a peste
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
uma deserta ação
conheci oitenta mulheres que se chamavam ana
da primeira à última
com todas elas minha imaginação transborda
viva a efervescência do gozo
sem puritanismo a virgindade feliz até os vinte anos
foi fred quem falou
em terra de urubus diplomados
os sabiás já não podem cantar
assim percebi que na confraria da arte
só tinha cuzão adornando o rosto do passado e do espelho
botando lenha no vazio
e rogando praga as aves do instinto
cada um com seu picasso
com sua kawazaki ninja
arrotando cerveja na cara do outro
pois o gênio cortou a orelha
exausto de ouvir a falsa dor dos dinossauros
da primeira à última
com todas elas minha imaginação transborda
viva a efervescência do gozo
sem puritanismo a virgindade feliz até os vinte anos
foi fred quem falou
em terra de urubus diplomados
os sabiás já não podem cantar
assim percebi que na confraria da arte
só tinha cuzão adornando o rosto do passado e do espelho
botando lenha no vazio
e rogando praga as aves do instinto
cada um com seu picasso
com sua kawazaki ninja
arrotando cerveja na cara do outro
pois o gênio cortou a orelha
exausto de ouvir a falsa dor dos dinossauros
terça-feira, 16 de novembro de 2010
verdade você é uma mentira
pirulito de morango
sol rachando os olhos da menina careca
um adeus com gosto de sexo e distância
quer que sequestre sua alma
nas tardes frias
uma punheta
um novo desejo
música pra dançar a noite
olhos flagelados de fotografia fogem
na madrugada adentro
te achei com cara de libanesa-tanto-faz
sua língua em minha boca
naquele instante chora
cansado
de camisinha vencida no bolso
sorri para o mendigo que me chamava
sol rachando os olhos da menina careca
um adeus com gosto de sexo e distância
quer que sequestre sua alma
nas tardes frias
uma punheta
um novo desejo
música pra dançar a noite
olhos flagelados de fotografia fogem
na madrugada adentro
te achei com cara de libanesa-tanto-faz
sua língua em minha boca
naquele instante chora
cansado
de camisinha vencida no bolso
sorri para o mendigo que me chamava
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
sólida solidão do sonho
quero limpar a bunda suja da poesia com seus treads
ah como estou cansado das prostitutas do facebook e do orkut
deste amor globalizado que fede
pois o google da língua é podre meu bem
beija minha boca de silêncio e sombra e suma
tatuado de desejo o corpo sofre
ah como estou cansado desta solidão sem rosto
deste sorriso abafado
de tudo...
afinal já dizia o poeta
quem não nada não voa
ah como estou cansado das prostitutas do facebook e do orkut
deste amor globalizado que fede
pois o google da língua é podre meu bem
beija minha boca de silêncio e sombra e suma
tatuado de desejo o corpo sofre
ah como estou cansado desta solidão sem rosto
deste sorriso abafado
de tudo...
afinal já dizia o poeta
quem não nada não voa
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
anotações pra uma dança-mumu
duas cadeiras e uma mesa
sapatos coloridos espalhados pelo chão
copo garrafa e charuto
mumu dança o vazio
música estrondosa sem correspondência
violão tocado com talheres
arranca-rabo de som
corpo no orgasmo do texto
as bananeiras se abrem
só se pode ouvir o vento
mumu carrega no colo os sapatos
como se fosse um pai afetuoso
numa língua desconhecida ele fala
tem olhos vesgos hipnotizados de chuva
gritos traduzem o eco das sombras na parede
assim o silêncio se cala
sapatos coloridos espalhados pelo chão
copo garrafa e charuto
mumu dança o vazio
música estrondosa sem correspondência
violão tocado com talheres
arranca-rabo de som
corpo no orgasmo do texto
as bananeiras se abrem
só se pode ouvir o vento
mumu carrega no colo os sapatos
como se fosse um pai afetuoso
numa língua desconhecida ele fala
tem olhos vesgos hipnotizados de chuva
gritos traduzem o eco das sombras na parede
assim o silêncio se cala
ananda
quero voar papai
ir pra casa da vovó chupar bala de melancia
pois o rio de minha voz
atropela a solidão do desenho
vou fazer careta pro sonho
cosmogonia de trapo
pra formiguinha em meus olhos brincar
ir pra casa da vovó chupar bala de melancia
pois o rio de minha voz
atropela a solidão do desenho
vou fazer careta pro sonho
cosmogonia de trapo
pra formiguinha em meus olhos brincar
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
autoretrato
ALAIN MOHAMAD BISGODOFU
bacharel em simbologia oculta
possui mestrado em causas abstratas
é doutor em ciências imaginárias pela U.C.E
(universidade do crânio em expansão)
estivador de poeiras cósmicas
arquiteto das construções faraônicas do verso
poeta por toda vida e por toda morte
fabrica desenhos, pinturas, letras, frases inteiras e canta ...
veste paletó de crente que já morreu
e afirma ter conversado com o fantasma de artaud numa favela carioca
cheirou o cu de hilda hilst na casa do sol em 99
foi iniciado por roberto piva em rituais de poesia xamânica no escuro
por toda eternidade se dedica ao ócio
transformando seu fôlego em criação
bisgodofu na rima tem iras e heras na garganta
sem nenhuma esperança
espanca a palavra até sair sangue ...
bacharel em simbologia oculta
possui mestrado em causas abstratas
é doutor em ciências imaginárias pela U.C.E
(universidade do crânio em expansão)
estivador de poeiras cósmicas
arquiteto das construções faraônicas do verso
poeta por toda vida e por toda morte
fabrica desenhos, pinturas, letras, frases inteiras e canta ...
veste paletó de crente que já morreu
e afirma ter conversado com o fantasma de artaud numa favela carioca
cheirou o cu de hilda hilst na casa do sol em 99
foi iniciado por roberto piva em rituais de poesia xamânica no escuro
por toda eternidade se dedica ao ócio
transformando seu fôlego em criação
bisgodofu na rima tem iras e heras na garganta
sem nenhuma esperança
espanca a palavra até sair sangue ...
terça-feira, 26 de outubro de 2010
meu pau-brasil romântico
brasil onde a vitamina de banana tem gosto de jabuticaba
teatro a céu aberto
não penso que arte deva apontar caminhos
mas que seja de perdição seus passos
infinito caolho no caldeirão da cultura corrompida
terra sequestrada
na catequese das indigências/ indígenas engolem o terço
indigesto por tanta lembrança
sou o mesmo mameluco que chora na floresta
o parto precoce de toda américa
tesouro furtado/ hoje relógio para dosar o tempo
meio-dia que já não percorre as sombras
estrangeiros com gigantes vassouras pra varrer o mundo
epidemia pra todo lado/ pajé que trocou sonho por loa
orixás perderam força/ no terreiro da imaginação sufocada
vísceras que não se mostram
estes antepassados alimentavam o fogo
incinerados se consomem
resta o fôlego dos exploradores da virgindade rarefeita
ong que financa a cooperativa da culpa
adoça a boca e suga os resquícios da beleza com fome
ventríloquos do sol/ esqueçam a humildade
o cão com babas de ouro anda obcecado por nossos olhos
pois os águapes da história entraram em extinção
antes de nosso herói viajar pra disneylândia
digamos que a volúpia dos girassóis rendeu muito
e que novos braços foram fabricados com o esperma da guerra
espalhando um samba hoje tão moda
nas mansões e condomínios fechados do país
complexo de alfaville/ segurança eletrônica da alma
arranha o rosto dos computadores apaixonados
carcomendo a frieira do padre vieira
que com sermões só nao conseguiu moralizar o vento
há tanto a ser dito/ em mim um silêncio gritante
te amo brasil
minha prostituta sadomazoquista de quinhentos ânus
criança esperando papai-noel com sapatinhos na janela
você que ganhou de presente a primeira cpi do ócio
bomba atômica no carnaval da vida
teatro a céu aberto
não penso que arte deva apontar caminhos
mas que seja de perdição seus passos
infinito caolho no caldeirão da cultura corrompida
terra sequestrada
na catequese das indigências/ indígenas engolem o terço
indigesto por tanta lembrança
sou o mesmo mameluco que chora na floresta
o parto precoce de toda américa
tesouro furtado/ hoje relógio para dosar o tempo
meio-dia que já não percorre as sombras
estrangeiros com gigantes vassouras pra varrer o mundo
epidemia pra todo lado/ pajé que trocou sonho por loa
orixás perderam força/ no terreiro da imaginação sufocada
vísceras que não se mostram
estes antepassados alimentavam o fogo
incinerados se consomem
resta o fôlego dos exploradores da virgindade rarefeita
ong que financa a cooperativa da culpa
adoça a boca e suga os resquícios da beleza com fome
ventríloquos do sol/ esqueçam a humildade
o cão com babas de ouro anda obcecado por nossos olhos
pois os águapes da história entraram em extinção
antes de nosso herói viajar pra disneylândia
digamos que a volúpia dos girassóis rendeu muito
e que novos braços foram fabricados com o esperma da guerra
espalhando um samba hoje tão moda
nas mansões e condomínios fechados do país
complexo de alfaville/ segurança eletrônica da alma
arranha o rosto dos computadores apaixonados
carcomendo a frieira do padre vieira
que com sermões só nao conseguiu moralizar o vento
há tanto a ser dito/ em mim um silêncio gritante
te amo brasil
minha prostituta sadomazoquista de quinhentos ânus
criança esperando papai-noel com sapatinhos na janela
você que ganhou de presente a primeira cpi do ócio
bomba atômica no carnaval da vida
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
alquimia do amor mal lido
cheirando cola na frente das marionetes
nada ninguém
vai destruir meu tédio
nada ninguém
vai destruir meu tédio
...
veneno de sapo nos olhos da criança
a sacanagem se mostrando
toda febre amarela pra mim
pois o frasco da palavra transbordou
assim
pus meu pulso
na pobreza poluída do mundo
arrastando meu ócio
sem motivo vai ficar meu
pescoço
amortalhado
na ratoeira dos fracos
a sacanagem se mostrando
toda febre amarela pra mim
pois o frasco da palavra transbordou
assim
pus meu pulso
na pobreza poluída do mundo
arrastando meu ócio
sem motivo vai ficar meu
pescoço
amortalhado
na ratoeira dos fracos
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
carta aberta para alguns fechada com gostinho de gonorreia e mulher pelada
enquanto as crianças dormem
além dos alegóricos defeitos
periferia sonha
no capitólio das ilusões uma outra vida
outrora entre loucura e velocidade
mergulho minha dor neste ritmo
esparramando lágrimas nas entranhas sujas do tempo
totem do tambor alucinado
moribundo mistério
fálica solidão de pardais sem instinto
fui de revolta este morrer inútil
língua vagabunda na aurora dos fantasmas boêmios
sequelado de imagem
no momento celestial
que os centavos eram cobrados de alma transparente
exu repousava debaixo do viaduto
no exílio deste pasto
a lesma aprendeu de iemanjá a lábia da espécie
enquanto eu bebia nas vísceras da enxurrada este sangue
manhãs me sufocam
na tocaia do verso
vertiginoso espasmo
foi o povo que deturpou o firmamento
viandantes do sol escreviam no esôfago das goiabas
a ruptura flutuante da peleja
doença assistia novela
futebol paranóico na televisão prostituída
travesti carla com blusa de onçinha
e mamilos de fora
atiça pajé maltrapilho com tesão nas margens do corrego
arte só presta se houver um brilho imundo
falo do cu
da lepra
da testa
da fuga
comendo pastel de palmito
disposto a roubar a saliva de baco
que já não nos presenteia
estou armado de espírito
com olhos vesgos de caatinga
meu desenho odeia as artimanhas do ego
sinto que só sou forte se vivo
primeiro:
abandonar tudo
vontade de volupia e bosta
colorir a alma redundante da mentira na calçada
pois já não enxergo o céu com os mesmos olhos
cego fiquei no labirinto das iluminações medievais
sei da existência homofóbica desta sombra
tirésias de luxúria
boca vaginal que me seca
orgia que arrebata as encarnações do sonho
(...)
além dos alegóricos defeitos
periferia sonha
no capitólio das ilusões uma outra vida
outrora entre loucura e velocidade
mergulho minha dor neste ritmo
esparramando lágrimas nas entranhas sujas do tempo
totem do tambor alucinado
moribundo mistério
fálica solidão de pardais sem instinto
fui de revolta este morrer inútil
língua vagabunda na aurora dos fantasmas boêmios
sequelado de imagem
no momento celestial
que os centavos eram cobrados de alma transparente
exu repousava debaixo do viaduto
no exílio deste pasto
a lesma aprendeu de iemanjá a lábia da espécie
enquanto eu bebia nas vísceras da enxurrada este sangue
manhãs me sufocam
na tocaia do verso
vertiginoso espasmo
foi o povo que deturpou o firmamento
viandantes do sol escreviam no esôfago das goiabas
a ruptura flutuante da peleja
doença assistia novela
futebol paranóico na televisão prostituída
travesti carla com blusa de onçinha
e mamilos de fora
atiça pajé maltrapilho com tesão nas margens do corrego
arte só presta se houver um brilho imundo
falo do cu
da lepra
da testa
da fuga
comendo pastel de palmito
disposto a roubar a saliva de baco
que já não nos presenteia
estou armado de espírito
com olhos vesgos de caatinga
meu desenho odeia as artimanhas do ego
sinto que só sou forte se vivo
primeiro:
abandonar tudo
vontade de volupia e bosta
colorir a alma redundante da mentira na calçada
pois já não enxergo o céu com os mesmos olhos
cego fiquei no labirinto das iluminações medievais
sei da existência homofóbica desta sombra
tirésias de luxúria
boca vaginal que me seca
orgia que arrebata as encarnações do sonho
(...)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
::^^::
egolatria na latrina bestial da boca
êxtase no ombro lilás do espantalho
escolhi fraqueza não força
aparência podre
complexo de édipo com nariz de cocaína
grito estardalhaço
meu ouvido
desobedece sua ordem que dormiu na privada
por que sou a marginalidade do sol
sem precisar de passaporte
êxtase no ombro lilás do espantalho
escolhi fraqueza não força
aparência podre
complexo de édipo com nariz de cocaína
grito estardalhaço
meu ouvido
desobedece sua ordem que dormiu na privada
por que sou a marginalidade do sol
sem precisar de passaporte
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
ebó pra urubus de gesso
espíritos dançam sobre a cachoeira brilhante
agora a caça é pobre por que não mais se sonha
não há vingança quando se mata
se cozinha e come
tempestade de palavra no meio da rua
voz ficou enfeitiçada
na embriaguez do verso
música
assim poderia nascer a dança
balé na cegueira do infinito
agora a caça é pobre por que não mais se sonha
não há vingança quando se mata
se cozinha e come
tempestade de palavra no meio da rua
voz ficou enfeitiçada
na embriaguez do verso
música
assim poderia nascer a dança
balé na cegueira do infinito
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
artaud não me entendeu
numa só maravilha
este corpo vestia veneno e tédio
após o despacho
o feitiço das goiabas transparentes
aprendeu ser gratuito
meio ao batuque dos nômades
hoje cansado com olhos de gorila
me devora por correspondência
no suicidio interminável do êxtase
este corpo vestia veneno e tédio
após o despacho
o feitiço das goiabas transparentes
aprendeu ser gratuito
meio ao batuque dos nômades
hoje cansado com olhos de gorila
me devora por correspondência
no suicidio interminável do êxtase
poeta-pó-de-tudo-poeta-pó-de-nada
poeta
pó-de-tudo
pó-de-nada
sendo o navegante
náufrago da voz eternizada
pó-de-tudo
pó-de-nada
sendo o navegante
náufrago da voz eternizada
terça-feira, 24 de agosto de 2010
mal dor-mida
duas noites sem punheta
e o soluço explosivo
mendigando a realeza do coração cansado
paredes de plantas carnívoras que não se devoram
deveria ser deus entre a cegueira do concreto e sua marcha
lírica prostituda em meu vilarejo nômade
e o soluço explosivo
mendigando a realeza do coração cansado
paredes de plantas carnívoras que não se devoram
deveria ser deus entre a cegueira do concreto e sua marcha
lírica prostituda em meu vilarejo nômade
terça-feira, 17 de agosto de 2010
assim falou meu transe
são os castrados
os compassivos saudosistas que enxergam o ralo
que perpetuam o frígido orgasmo da impotência
afim de rebaixar tudo que tem espírito
depois adjetivam a palavra como se fosse um docinho
esquecendo nas vísceras da ressonância
que a poesia se movimenta no corpo da língua
sons agora dançam no turbilhão da imagem
encarnada e sem destino...
os compassivos saudosistas que enxergam o ralo
que perpetuam o frígido orgasmo da impotência
afim de rebaixar tudo que tem espírito
depois adjetivam a palavra como se fosse um docinho
esquecendo nas vísceras da ressonância
que a poesia se movimenta no corpo da língua
sons agora dançam no turbilhão da imagem
encarnada e sem destino...
quinta-feira, 8 de julho de 2010
...
quero um desenho com gosto de neve
uma língua salpicada de delírio antes que anoiteça
a fome do belo colorindo o fosco
melodia onírica pra combater a monotonia do mundo
rimbaud criança com suas iluminações imperfeitas
anseio do esquecimento sua morada
fantasia geringonça na cabeça
girassol do instinto no orvalho desta hora
uma língua salpicada de delírio antes que anoiteça
a fome do belo colorindo o fosco
melodia onírica pra combater a monotonia do mundo
rimbaud criança com suas iluminações imperfeitas
anseio do esquecimento sua morada
fantasia geringonça na cabeça
girassol do instinto no orvalho desta hora
quarta-feira, 7 de julho de 2010
...
gralha esqueceu cachecol na árvore
dentro da sombra
convalescente do silêncio que morre
espiritualizo distância
mandioca na boca da terra
beijo com fome invisível
por isso respiro
transtornado o declínio
das castidades suntuosas
dentro da sombra
convalescente do silêncio que morre
espiritualizo distância
mandioca na boca da terra
beijo com fome invisível
por isso respiro
transtornado o declínio
das castidades suntuosas
quinta-feira, 24 de junho de 2010
toda escrita é porcaria
eu nao sou um daqueles escritores sentimentais
do tipo mia couto pra ficar morando em lisboa
com o pé da palavra atolado em moçambique
quero te contar uma história
daqui mesmo de meu terreiro
sem precisar fazer pose
papai matou o galo
depois bebeu o sangue
e disse que era gostoso
foi na venda de seu messias e encheu a cara
mamãe ficou brava e o expulsou pra fora de casa
ele arranjou uma amante e fabricou nela nove crianças
oito morreram e a única que sobrou
ficou sendo eu que te conto esta história
hoje tenho trinta anos
cato papelão nas ruas de são paulo
e estou escrevendo este livro que nunca vai ser publicado
minhas influências não são das mais diversas
não li maiakóviski e nem acho roberto piva um puta poeta
andei mexendo no lixo
na sacola dos versos
que nasceram adulterados pela vida
penso que estou me tornando melancólico
igual as goteiras do telhado
quero mais que minha vida se exploda
e que leve junto estes garranchos
eu que nunca vou adorar escritor como se fosse santo
sei que qualquer idiota escreve
e depois que ganha prêmio
fica bem mais vaidoso e é um porre
do tipo mia couto pra ficar morando em lisboa
com o pé da palavra atolado em moçambique
quero te contar uma história
daqui mesmo de meu terreiro
sem precisar fazer pose
papai matou o galo
depois bebeu o sangue
e disse que era gostoso
foi na venda de seu messias e encheu a cara
mamãe ficou brava e o expulsou pra fora de casa
ele arranjou uma amante e fabricou nela nove crianças
oito morreram e a única que sobrou
ficou sendo eu que te conto esta história
hoje tenho trinta anos
cato papelão nas ruas de são paulo
e estou escrevendo este livro que nunca vai ser publicado
minhas influências não são das mais diversas
não li maiakóviski e nem acho roberto piva um puta poeta
andei mexendo no lixo
na sacola dos versos
que nasceram adulterados pela vida
penso que estou me tornando melancólico
igual as goteiras do telhado
quero mais que minha vida se exploda
e que leve junto estes garranchos
eu que nunca vou adorar escritor como se fosse santo
sei que qualquer idiota escreve
e depois que ganha prêmio
fica bem mais vaidoso e é um porre
quinta-feira, 17 de junho de 2010
...
este poema nasceu predestinado
a ser posterior a minha existência
que na doença de outros lençois
deixa aristocrático o risco
transtornada e corpulenta
a dor surreal desta amargura
na traquinagem nômade da língua
me deixou apaixonado por este intelecto broxa
a ser posterior a minha existência
que na doença de outros lençois
deixa aristocrático o risco
transtornada e corpulenta
a dor surreal desta amargura
na traquinagem nômade da língua
me deixou apaixonado por este intelecto broxa
terça-feira, 18 de maio de 2010
...
escuto voz que me invade
no momento anarquista do sonho
só não desejaria atormentar a carne
acovardando o rosto de meu herói
personagem pardo desta comédia
nunca soube sentir os rabiscos de batom na porta
são retratos as conversações de ninguém
os que rezam aos querubins da quebrada
sem convivência no lençol da noite
chupo seios de sereno
então cuspo e costuro minha boca com agulhas de cera
sonho pescoço na miragem da lua
por que há problemas demais no que se esquece
firmamento que mora longe
chegará o dia em que meus olhos
vão encontrar com os olhos do infinito
arrotando palavras que roucam e motivos de sobra
na solidão da alma
não existe vacina contra o terror
diarréia por telefone
tampouco nada pode aplacar mazela
a novidade aqui existe no exílio
como se fosse porcaria perfeita
há em mim uma péssima notícia de escombros
dom de fábula com estandartes de influenza
20 alá e uma big-band do islã
não retornaria aos cemitérios do dedo
outrora meu cansaço meteu o pau no verbo
quase na novela do corpo
tragédia nas entranhas do subúrbio
foi assim que vi o vento o verme e o poema
emporcalhando minha loucura
vontade de sair do labirinto superficial do ego
esqueleto em casa de puta
meu lirismo de braço quebrado
bebeu os beijos de outros lábios
lapidando o dilúvio
na vaidade da volúpia
posso ouvir o volume do berro
onde moram mulas menstruadas de atrevimento
no momento anarquista do sonho
só não desejaria atormentar a carne
acovardando o rosto de meu herói
personagem pardo desta comédia
nunca soube sentir os rabiscos de batom na porta
são retratos as conversações de ninguém
os que rezam aos querubins da quebrada
sem convivência no lençol da noite
chupo seios de sereno
então cuspo e costuro minha boca com agulhas de cera
sonho pescoço na miragem da lua
por que há problemas demais no que se esquece
firmamento que mora longe
chegará o dia em que meus olhos
vão encontrar com os olhos do infinito
arrotando palavras que roucam e motivos de sobra
na solidão da alma
não existe vacina contra o terror
diarréia por telefone
tampouco nada pode aplacar mazela
a novidade aqui existe no exílio
como se fosse porcaria perfeita
há em mim uma péssima notícia de escombros
dom de fábula com estandartes de influenza
20 alá e uma big-band do islã
não retornaria aos cemitérios do dedo
outrora meu cansaço meteu o pau no verbo
quase na novela do corpo
tragédia nas entranhas do subúrbio
foi assim que vi o vento o verme e o poema
emporcalhando minha loucura
vontade de sair do labirinto superficial do ego
esqueleto em casa de puta
meu lirismo de braço quebrado
bebeu os beijos de outros lábios
lapidando o dilúvio
na vaidade da volúpia
posso ouvir o volume do berro
onde moram mulas menstruadas de atrevimento
segunda-feira, 3 de maio de 2010
hipnose das coisas ordinárias
vulto volta e vêm esmagar os espaguetes do coração
de forma que os peixes se iludam
labirinto é o que tenho
um cobertor de trovas
na pedofilia da noite que não sara
se eu dormir que me acordem os pirilampos
até ficar zonzo entre os malabaristas do ermo
tal como dante atravesso o inferno sem nenhum arranhão
meu sussurro derrete o detalhe da revista
então trago das iluminações monstruosas esta raiva
outrora é preferível gritar no escuro silencioso do tempo
lançando os dados sobre a mesa
multiplicando a sombra de infinito
como se tudo profanasse a liturgia
do que ficar ruminando
a embriaguez da voz ao invés do gozo
pois ainda preciso eliminar as nódoas
me curar desta solidão sem graça
traduzindo a impotência do espelho
a terra que vomita sol
do outro lado da amazônia é a mesma
com cheiro de carniça em caco de telha
de forma que os peixes se iludam
labirinto é o que tenho
um cobertor de trovas
na pedofilia da noite que não sara
se eu dormir que me acordem os pirilampos
até ficar zonzo entre os malabaristas do ermo
tal como dante atravesso o inferno sem nenhum arranhão
meu sussurro derrete o detalhe da revista
então trago das iluminações monstruosas esta raiva
outrora é preferível gritar no escuro silencioso do tempo
lançando os dados sobre a mesa
multiplicando a sombra de infinito
como se tudo profanasse a liturgia
do que ficar ruminando
a embriaguez da voz ao invés do gozo
pois ainda preciso eliminar as nódoas
me curar desta solidão sem graça
traduzindo a impotência do espelho
a terra que vomita sol
do outro lado da amazônia é a mesma
com cheiro de carniça em caco de telha
sexta-feira, 26 de março de 2010
...
grave escrevia a memória
imortalizando o palhaço a panqueca e o rosto
lágrimas atropelam o devaneio
averiguando que depois daquela angústia
o sol se esconderia por debaixo do tapete
de carne se oferecia o carma
nas mãos do deserto
ego de pedra reclamou cidade
na carruagem dos explossivos
avolumou-se o grito o grilo e o gafanhoto
noutro dia a confusão das capivaras
pernilongos de chumbo
e uma escola de pirilampos obesos
no mistério da noite
flores reprovavam o vento
marionetes do trapo atropelavam a aurora
rabiscando revolta
concreto se transformou o destino
numa pirâmide de piolhos azuis e aborígens do gozo
outrora sei ser espelho
mel de açucar/papo de moldura/instinto
à moda das múmias no sarcófago
vale o escrito por três dias
imortalizando o palhaço a panqueca e o rosto
lágrimas atropelam o devaneio
averiguando que depois daquela angústia
o sol se esconderia por debaixo do tapete
de carne se oferecia o carma
nas mãos do deserto
ego de pedra reclamou cidade
na carruagem dos explossivos
avolumou-se o grito o grilo e o gafanhoto
noutro dia a confusão das capivaras
pernilongos de chumbo
e uma escola de pirilampos obesos
no mistério da noite
flores reprovavam o vento
marionetes do trapo atropelavam a aurora
rabiscando revolta
concreto se transformou o destino
numa pirâmide de piolhos azuis e aborígens do gozo
outrora sei ser espelho
mel de açucar/papo de moldura/instinto
à moda das múmias no sarcófago
vale o escrito por três dias
quinta-feira, 4 de março de 2010
...
há bastante paraíso neste teu silêncio
uma entrega momentãnea cheia de nomes tatuada na carne
onde meu tédio insiste em brincar com tua memória
talvez coma o verde de teu sorriso
ou me embriague com a maça da última serpente
hoje o agora foge
no arsenal da escultura sofro
já não quero inventar palavras
há prejuizo demasiado em meus olhos
lôtus de um novo grito
um qualquer assombro que me faz
moribundo nesta caminhada
acendo vela e peço
eu - um poema perdido
naufrágio não mais
delirante lírio
no crepúsculo sobrenatural desta fumaça
minha mãos reclamam e desgastam o rosto
fadas e runas a mim
me transformei em arbusto
e só procuro morada dentro
posso repousar o corpo de inútil
enfeitar minha língua com o rabo do mico
tecer um novo acesso
abrir os portais desordenados da imaginação
para um céu de outras cores
outrora nunca vou ser espelho
porém tuas maravilhas incorporo
como se fosse revolta
revoada de estrelas na nuca do dia ...
uma entrega momentãnea cheia de nomes tatuada na carne
onde meu tédio insiste em brincar com tua memória
talvez coma o verde de teu sorriso
ou me embriague com a maça da última serpente
hoje o agora foge
no arsenal da escultura sofro
já não quero inventar palavras
há prejuizo demasiado em meus olhos
lôtus de um novo grito
um qualquer assombro que me faz
moribundo nesta caminhada
acendo vela e peço
eu - um poema perdido
naufrágio não mais
delirante lírio
no crepúsculo sobrenatural desta fumaça
minha mãos reclamam e desgastam o rosto
fadas e runas a mim
me transformei em arbusto
e só procuro morada dentro
posso repousar o corpo de inútil
enfeitar minha língua com o rabo do mico
tecer um novo acesso
abrir os portais desordenados da imaginação
para um céu de outras cores
outrora nunca vou ser espelho
porém tuas maravilhas incorporo
como se fosse revolta
revoada de estrelas na nuca do dia ...
...
sapo dentro do tanque
sono chorado de uma tarântula
tudo mal resolvido
dentro da casa com conforto
meus olhos ardem
na alquimia do tempo
há uma risada corrosiva na dialética da chuva
outrora tenho contaminado o fôlego
amor amarrotado de desejo
inventário do sonho cansado de tanta dor
sono chorado de uma tarântula
tudo mal resolvido
dentro da casa com conforto
meus olhos ardem
na alquimia do tempo
há uma risada corrosiva na dialética da chuva
outrora tenho contaminado o fôlego
amor amarrotado de desejo
inventário do sonho cansado de tanta dor
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
...
os imprevisiveis adentraram
os portais da imaginaçao condenada
deixando com que a palavra se movimentasse na forca
afim de acabar com os trejeitos
na traquinagem efemera do totem
a cabeça ritmou distância
vaticinio da menina de blusa vermelha
os portais da imaginaçao condenada
deixando com que a palavra se movimentasse na forca
afim de acabar com os trejeitos
na traquinagem efemera do totem
a cabeça ritmou distância
vaticinio da menina de blusa vermelha
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
mukadim
quando os pirilampos e os avestruzes se transfiguram
tudo termina
pancadaria-sonambula
sei que detesto
tripas
trapos
truques e trovas
caralho
machuquei meu dedo
tudo termina
pancadaria-sonambula
sei que detesto
tripas
trapos
truques e trovas
caralho
machuquei meu dedo
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
di pasolini ao pasmo
todos os meus escritos ensinam o homem a bailar
infantilizar a humanidade foi sempre meu projeto de vida
ancorado no porto sei que uma hora vou partir
perda-plural
inconformismo cosmico
retocando o grito
no momento cintilante que meus olhos sofrem
infantilizar a humanidade foi sempre meu projeto de vida
ancorado no porto sei que uma hora vou partir
perda-plural
inconformismo cosmico
retocando o grito
no momento cintilante que meus olhos sofrem
...
fico indigesto de palavras
e o prazer me engole no meio da reza
restituindo ao sonho a babaquice do corpo
vou ficar bebado
de silencio
no equador da mente
e o prazer me engole no meio da reza
restituindo ao sonho a babaquice do corpo
vou ficar bebado
de silencio
no equador da mente
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
a porka ilusao regia a dor
inutil pela cidade chuvosa e fantasma
onde tudo me deprime
desejo escrever em teus seios uma epopeia de sangue
encontrar sonetos ilegiveis em tua cabeleira de africa
para alem dos porres e das lagrimas
pretendo instituir o dia nacional do xixi
o morticinio das maneiras caqueticas
no gozo das cores sem jeito na fotografia
onde tudo me deprime
desejo escrever em teus seios uma epopeia de sangue
encontrar sonetos ilegiveis em tua cabeleira de africa
para alem dos porres e das lagrimas
pretendo instituir o dia nacional do xixi
o morticinio das maneiras caqueticas
no gozo das cores sem jeito na fotografia
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
ode-amor-profano
a vida na valvula de descarga
encarna
os orixas
a fada
que afaga
o lixo desta epopeia de lesma
encarna
os orixas
a fada
que afaga
o lixo desta epopeia de lesma
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
a garatuja imperial
minha boca sonda os penduricalhos do corpo
ferradura atras da porta
sonho
prostituindo o verbo
ferradura atras da porta
sonho
prostituindo o verbo
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
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