felizes e vagos foram se perdendo pelos cantos
como se não bastasse suas idéias se transformaram em ostras
hai-kais vivos que já não se reconhecem
guerra monumental de toda ressonância
instantes e parábolas - prosa que comunga
esta voz exorciza o fôlego - na liturgia das meias
desobedecendo o corpo - estive me desenhando com as mesmas
palavras
perfumando o mofo - no oxigênio da fala
tenho medo de perder espanto - inocente-culpado que me
habita
ali ambos abandonaram a magnitude do vento
criaturas de musculatura leprosa - no confessionário do
nunca
lésbicas jogando bolinha - garatujam - indolência
fumo sem destreza e me deixo bêbado com meu próprio êxtase
quase sempre emporcalho a dúvida - acaso haveria espantalhos
piores
episódios de henry em declínio - uma garrafa de rum no tesão
da forma
juro que foi justo o silêncio dos olhos de áfrica
o andar tresloucado da bacante em noite de lua
atordoado de força - faltou sangue para os deuses contemporâneos
flâmula no sorriso fálico do romance
por que não adorar os que deixaram de lado toda esperança
as harmonias do inútil - fatal - fantasia - flutuante
já não posso segurar as rédeas deste vício
solidão transcende qualquer fartura
acredito encontrar na falta meu bálsamo
aos poucos adormeço e devoro a seiva
incendeio - cidade - no descompasso - o martírio
eroticamente contemplo janelas que madrugam
prisioneiro desta vida que me passou um rodo
muito além de suas cambalhotas
nasci na catarse deste assombro - distante da prática
de sua amizade virtual desisto
volto a ser mistério - vertigem e vulto
além do mais me dá uma dose de qualquer coisa
pri-mata
te
pego fora do eixo