segunda-feira, 24 de junho de 2013

na contradição dos prazeres me devoro

no heroísmo da catástrofe - jamais perderam a chance
e os papagaios da mídia balbuciavam as trivialidades do eterno  
fome sensacionalista no comércio da dor
vândalos oficiais desconhecem o ônibus
é certo que regalias degeneram o instante
pois os mesmos burocratas receitam sexo sem orgasmo
calmaria sem luta - puteiro sem puta
na balela da pátria foi preciso quebrar o espelho   
jornalecos da falsa ordem exclamam
violência pacifista à caminho do beijo
político escondendo o troco - solidão que viaja - rosas policiais na sinta  
do outro lado o congestionamento egocêntrico perdeu o alvo  
potencializa a fauna e não dispersa a catarse - ditadura camuflada   
bala de borracha na perna da criança chorou forte
anarquista de facebook já debuta feito rinoceronte sem prática

pela tragédia escorregadia do olho
brinca e sente a agonia do rastro
esta sede engaiolou o gênio
bactérias que trafegam pela cegueira do shopping
multidão vendendo açúcar nos semáforos de sangue
cada qual se arrasta como pode - lixeiro até esconde
que estes rascunhos aqueçam o infinito dando um banho nas coisas improváveis

e por falar em cultura até meu pão perdeu o gosto
resta angústia no grunhido tempestuoso da voz
o primeiro cuspiu na bandeira
o segundo cantarolava o mentiroso hino
na contradição dos prazeres me devoro
são as ramificações do sonho denegrindo todo paradoxo      

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