sexta-feira, 7 de junho de 2013

hóstia dos manequins bêbados

ornalma - no ensaio do sono - veio incendiar o dia
com cinqüenta e dois - em palmeira dos índios - guarda-roupa cheio de boneca
olho precário - seu esquecimento é quase um surto
os esquilos da indiferença de longe espreitam - tocaia de todos os erros
se não gostar - contempla a paisagem minuciosa de qualquer esquina
pois o barulho era ontem - isso desarranjou a promessa - pés ficaram pesados
poderia magnetizar o nome - bancar o graal da eternidade - uma capivara triste -
ainda reproduzia o desenho - atazanando o maravilhoso - soube que beleza assassina
repartiu o verbo - enquanto engolia a falta - árido personagem -  
oiticica é um peixe - fumaça se transformou em bolinha - filha deu risada
um exercício simplório - morde o pastel de penumbra - a última estrela ainda murmura
grávida de trezentos anos - escuta o alvoroço das ruas - neguinho assando batata-doce
tanta coisa acontece que o caráter do sítio expandiu o nada - conclave da dor -
viracocha abençoa um pouco mais a tempestade - chuva que não para de cair
percebeu que o sabonete é bem mais barato que a tormenta
secretário das armas - estes livros viajam pelo corpo
ninguém dança na fragilidade vermelha do planeta - silenciosos de luz -
sempre serão os revolucionários da coceira - no beiral da porta -
passou a pichar os outros por não ter história - na coxa o carinho da bala era pouco  
naquela época os artefatos da memória se modificaram
hóstia dos manequins bêbados - rajada de soro na veia   
chão castiga o ilusório - futuro entediava as costas
da primeira vez - violência foi milagre
sem trégua - dentro de seus passos - morre  
trejeito desconhecido fortalece a náusea         

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