ornalma - no ensaio do sono -
veio incendiar o dia
com cinqüenta e dois - em
palmeira dos índios - guarda-roupa cheio de boneca
olho precário - seu
esquecimento é quase um surto
os esquilos da indiferença de
longe espreitam - tocaia de todos os erros
se não gostar - contempla a
paisagem minuciosa de qualquer esquina
pois o barulho era ontem - isso
desarranjou a promessa - pés ficaram pesados
poderia magnetizar o nome -
bancar o graal da eternidade - uma capivara triste -
ainda reproduzia o desenho - atazanando
o maravilhoso - soube que beleza assassina
repartiu o verbo - enquanto
engolia a falta - árido personagem -
oiticica é um peixe - fumaça
se transformou em bolinha - filha deu risada
um exercício simplório - morde
o pastel de penumbra - a última estrela ainda murmura
grávida de trezentos anos -
escuta o alvoroço das ruas - neguinho assando batata-doce
tanta coisa acontece que o caráter
do sítio expandiu o nada - conclave da dor -
viracocha abençoa um pouco
mais a tempestade - chuva que não para de cair
percebeu que o sabonete é bem
mais barato que a tormenta
secretário das armas - estes
livros viajam pelo corpo
ninguém dança na fragilidade
vermelha do planeta - silenciosos de luz -
sempre serão os revolucionários
da coceira - no beiral da porta -
passou a pichar os outros por
não ter história - na coxa o carinho da bala era pouco
naquela época os artefatos da
memória se modificaram
hóstia dos manequins bêbados
- rajada de soro na veia
chão castiga o ilusório -
futuro entediava as costas
da primeira vez - violência foi
milagre
sem trégua - dentro de seus
passos - morre
trejeito desconhecido
fortalece a náusea
Nenhum comentário:
Postar um comentário