equinócio dos acrobatas
defloro
maquinista que desenha com as
duas mãos abertas
na carranca invisível do
tempo outras nuvens
dois moleques debocham -
esquecendo o lodo da história
olhos que viajam no vôo das
aves
rua mansa hoje explodiu em
congado
cantos ritmavam ainda mais o
batuque
as agulhas se transformaram
em víboras
este menestrel de soluços
grandiosos
ama o silêncio das cores - fotografias
de algodão doce -
instantes que choram
vazio de tanta misericórdia meu
verso não tem disciplina
garatujas se confundem com a
carne
alfaia de incertezas
transcende
aqui trapo de voz representa
o fôlego
imagina se todas sonhassem
se as paredes reclamassem vida
quem nos acordaria
com que relógio brindaríamos
o tempo
sei que o néctar do capital é
pálido
que as proezas do sanfoneiro
se acomodaram nisso
mas yatiri fortalece as
corolas
fogo libertando a língua
aprumo de parábolas o grito
na frente do mar nem pude
saciar a sede
maresia de alma - coração na
boca
veio verdejante - primaveril -
o gozo
os albergues da razão
continuam fechados
espelho me propaga desastre
a ilusão da pele
o reflexo do olho dentro
d’água
longe daqui uma melodia pede
passagem
tanto que já nem se organiza
o peso
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