terça-feira, 25 de junho de 2013

metralhadora que só extermina urubu nem olha pra carniça


levante-pra-pular
99 coelhos dentro duma só cartola
numa tacada derrubou 3 bolas
vinagre pro nariz e xixi para o asceta
digo que tem gente reclamando do preço e do pulmão do carro 
indiferença de agora em diante é meu nome 
nessa ondinha de protesto vai faltar prótese pro gado
máscara de gás nos inventários da ordem que lágrima
até dentadura trinca - cirurgia plástica tem fila dupla 
militantes duma figa - participem do cursinho de bombas caseiras
coquetel molotov - morre um cai nove
nessa tarde odeio a seriedade de cada monumento
de qualquer cartaz sem gozo 
repara no vácuo do imperfeito e quem rasgou a cortina 
multidão destrambelhada que a toda hora vomita
um super-herói bêbado sem rumo nas ruas da necrópole
  
outrora beberei a tragédia no gargalo
exaltando a inércia das lagartixas 
bem mais que a prepotência dos homens e suas bandeiras
progresso nunca teve proeza nem cor nem cheiro
mais um corajoso coração que fracassa   

mergulhando no córrego de um outro ritmo
sente a lombada - o declínio daquela motocicleta 
no cu da fala dentro de qualquer cinema sou um clássico
um... dois...
se anda difícil comprar o feijão imagina o arroz
toda moral é ridícula - contemplo em mim as vazantes do tempo
os miasmas do fluxo fragilizando a procura
nenhuma deidade conseguiu vestir a camiseta 
por que não cantar enquanto os capoeiristas choram
caricatura de terreiro - volúpia no orgasmo da flor
só comunga o invisível
silêncio que me fala na casa da memória pegou fogo
morre em toda sina - grita mas não tem alma 

liberdade romântica de cara pintada outra vez
quando incendiarão as garagens 
a protagonista da próxima novela
o povo sempre teve um lirismo lunático
o problema vem dos que adoram a névoa
das cabecinhas da última moda e de toda maquiagem  
no plebiscito de cada termômetro
partidários gafanhotos sempre serão os reguladores do reino
sendo aristocrata do espírito
amarro minhas mãos - meus pés - eu mesmo - pra que fique dentro de casa
cansei desse carnaval de época - das marionetes na passarela
marmita hoje lá no trampo não chega
mas o que tem de marmota tentando derrubar o poste perdeu a conta
sangue no olho - favas de favela - diplomado cospe - porém se resguarda
única certeza:
metralhadora que só extermina urubu nem olha pra carniça

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