quarta-feira, 5 de novembro de 2014

de minhas inúmeras infernografias

a coisa mais bonita desse mundo foi quando emancipei minha xoxota
e assumi toda essa putaria sem nenhuma culpa
hoje banco os besta
essa porra de família
e eles só podem ficar caladinhos
pois sou eu quem paga as fralda da bianca
o remédio caro da velha
tive pena
dei uma encaretada
e resolvi ajudar
mesmo sacando que ninguém ali dessa bosta num presta
coisa de gente tonta
sei lá
aqui nesse clube
só tenho orgasmo com muita grana na calcinha
assim desse jeito
monto direitinho o teatro
acho que aprendi com a finada professora minha mãe
senhora hipocrisia
assisti a aula inteirinha
te conto
lá nas minas gerais onde nasci
tem gente que nunca viu uma praia
que jamais tomou banho em banheira de motel chique
povo que na vida sequer experimentou um arak
babaganuche
kafta
a droga toda
o outro lado esplendoroso da moeda
porém já estou cansada de tudo e cago nas minhas origens
aquele arroz grudento requentado nem a porrete boto mais na boca
era moleca
o barracão tinha muita goteira
o colchão parecia ninho de rato
dormia dez menino
excomungava deus e o mundo quando faltava pasta de dente
sempre tive um sorriso perfeito
até chegar nisso
fiz muita coisa
fui atendente de sex shop
trabalhei de caixa de supermercado
de trocadora na linha de cosme velho
agora fiquei poderosa desconfio ainda mais de tudo
passei em vários países
alemanha - itália
rússia - grecia
em dubai fiz ate suruba com sheik marroquino
ganhei muito dinheiro
cuspi na cara de muito fazendeiro barrigudo
arrependo não
caralho
mesmo com tanta fartura
parece que estou na mesma merda de sempre
como se estivesse num pesadelo
eta que sonho vagabundo esse!

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