quarta-feira, 5 de novembro de 2014

trago meu sangue sujo na sinfonia da obra

nunca precisei abrir livro de bukowski
afim de superar minhas perdas e meus achados amorosos
pois os demais me querem doce
encantado com todo este vazio chapado
para os mesmos
digo que vou morrer dando murro em ponta de faca
mesmo de mão quebrada não me interesso pelo joguinho
vou te mostrar o teatro
a diabrura
na plenitude de minha alquimia
meio a tanta vaidade que nada tem de sublime
os gafanhotos amam meu revólver
este gatilho
mesmo que não acerte o alvo
aconteceu
bem na hora que vendia o livro
pra comprar a porra de um pacote de biscoito
juro que o fantasma de artaud falou comigo de novo
mais uma dose de conhaque
o veneno
a idéia
trago meu sangue sujo na sinfonia da obra
nada quero com meu umbigo
este ego
a serpente
me sinto tomado
outra vez tu foge de mim assustada
falsa francesinha
me preocupo bem mais com os cactos do que com as flores
os cães ladram para o invisível
arremato o corpo
as bugigangas da feira
esta historia infantil não se banha em nenhuma moral
adiante sairei pelas ruas com minha loucura santificada
por que adoro escrever errado
foda-se toda ortografia
acordos gramaticais
eu concordo que só os iniciados me entendem
sempre o eterno risco me abastece
ja nao lembro de tanta coisa
apenas sei que um poema fico grudado na parede do quarto
pois o pior momento se transformou em monumento
barro
rima da imprevisível ressonância iluminada
creio que agora deva dormir ou sonhar o sono dos desacordados

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