terça-feira, 11 de novembro de 2014

no profano altar da plenitude

diz que nada foi eterno
tanta coisa
fico imaginando todo descompasso
assim qualquer idiota sobrevive
insisto em viver avacalhado e avacalhando
por que só acredito nas utopias do corpo
dinheiro pra muita cevada
a safada
paga um real por cada leitura
financiamento coletivo
bichinho só ego e pouco motivo
pois o mecenato goza com o pau da minha virtude
deus nao te ajude
espero nódoas de um planeta misterioso
retiro-me desse tal futilibook
deidade psicótica que esqueceu de tomar o comprimido
amo
a singularidade do feto
e vou pro boteco amenizar a noite
tudo tao besta que o caldo já não sacia a fome
escuta
espera lá na pracinha
vou te mandar em of o número de minha conta bancária
sou bem mais projato que projeto
me escreve na lei ou na desordem
prometo experimentar outas camas
a lama da iluminura derradeira
chega de bobeira
cupim-careca
pistola-bamba
apesar de todo escuro não lhe dou arrego
eu que já vendi um milhão e meio de livros pela rua
cansei de brincar com esta ferramenta
quero uma deusa tesuda e muda que me amamente
silencio que fala
sai fora protozoário de academia
alegria
vivo solto e multiplico as horas que derrapo
trago em mim o gesto
nunca o verso vigarista dos moderninhos
só visto o que for avesso
cheio de vício
no altar profano da plenitude
perdi o gosto pelo cigarro
lhe dou mais um sarro
nem me interessa o próximo segundo
ali enxergava o porco
olha que porra
nesse puteiro só volto se o cafetão me der desconto
então penso no caso
acaso
ainda prefiro a filha do porteiro
o pivete na favela acendendo um morteiro
adeus salada
alada
continua esta memória
longe de todo chiqueiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário