terça-feira, 11 de novembro de 2014

na desordem subjetiva do escarro

um bando de pastel na frigideira
se ao menos matassem a fome
mas não
ela ressuscita
de repente
toma de assalto as vielas deste corpo
e qualquer filha da puta marxista me causa repulsa
quando o rei da cachorrada fala
até cabrito de universidade abaixa a orelha
nisto uma vertiginosa dor caminha
se atola
por onde
nem saberia dizer o nome
tu que nao consegue me fitar nos olhos
feito imigrante nordestino sofrendo nesta odiada metrópole
arquitetada de sangue contraditório
a égua faz de memória banana
e se sente devolvida a vida
a metida que masturba
o caralho da prosa e do romance
explico:
humanidade não carece de alfarrábios
gentalha letrada
nenhum rimbaud pós-moderno
há tempos
as páginas da vida ficaram gastas
como um jornal sem encanto
os homens se empanturraram de gelo
e só adoram a terapia
fragmento de toda hecatombe rouca
na desordem subjetiva do escarro
sigo por outra rodovia
na contramão
pois nao quero encontrar narciso
acaso
vou me sentir alegre
achando massa a conversa fiada
a propaganda da vernissage medíocre
música e outras murrinhas
certo na incerteza de que tudo aquilo que se almeja
para sempre será fruto de toda decadência irrisória
te recebo de forma flutuante
por quase uma década
há morangos silvestres
no quintal de minha casa
um relógio de barro que não funciona
vaidade oligárquica
mais uma vez pela falta de singularidade em tudo
finge que recebe o santo
a cabocla sem nenhum delírio
isca nesta hora a fauna meticulosa do vento
e a outra cinderela diz:
viu como esta noite foi bacaninha
minha vontade era dar um talho em teu rosto com a navalha
assim teria motivos de sobra pra escrevinhar o osso
enquanto jogaria o caderninho na sargeta
as cores perderiam o rumo
então bota velocidade neste sangue
senhora fantasia
e verdadeiramente goza

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