sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

bravio quizumba o peito

je sais que la douleur est la noblesse unique - c.baudelaire.


há crueldade o bastante nos exílios da pele
teatro na cinematografia do pulso
cearense grávida pelo piano do eclipse
resta absurdo - duvidosa paz
palavra que aos três anos grudou na memória - silêncio
animal o corpo
falo dor
derramamento lírico
nisso o homem perdeu humanidade
no playground da loucura emancipou novas margens
estou aqui de chapéu no morro
regalo no mergulho deste garimpo
contrabando árabe-tupiniquim de outras espanholas
adeus sonoro - bravio quizumba o peito
com sua dropa alumia este ocaso
na grandeza da fauna
palestinos-afegãos-brasileiros entronizados na latrina circunstancial das vísceras
mancharia a manchete subjetiva da sede
nenhum pertencimento de época
passado tão presente neste caos futurista
dino campana em alta velocidade com sua novela que nos arrasta
feito kierkegaard perdido na montanha
por que toda sensibilidade um dia foi vítima de seu próprio ego
materializando a vida corporativista do que morre
outrora contempla o âmago de toda ilusão
seria eu mesma a amante avacalhada deste seu cristo incestuoso
toda de branco com cara de tonta pulando ondinhas de ipanema
iemanjá ocupada
marionete do lago e da cabala
precipitou-se ao bajular a inércia dos monges
o disparate minoritário da personagem na floresta escura do iluminismo decadente
cinco sarros num segundo
sono
mesmo assim continuou lendo algumas paginas
in defintivo
bardos
rajinish's
não me interessam
adoeceu a estrela
o estandarte fosforescente da astúcia
minotauro de pólvora
reina de la calle o néctar deste enigma
farsas e farrapos de história inútil
conheci o mapa das rugas de seu rosto pai
a transferência decadente dos amores que me assombram
florescências que frequentaram o circo
diz que a vida são cadeados que perderam suas chaves
por detrás de algumas escancaradas portas
o segredo
brusco objeto
pergaminho
ave-de-fogo

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