quinta-feira, 22 de outubro de 2015

míticos monumentos solitários

foram mais de 582 voltas
de bicicleta em solo baiano
e nestes últimos dias
contemplando a lua
distante das amargas ruas
que me sequestram
fiquei apaixonado
pelas vísceras do formigueiro
ali
alimentando a solidão do osso
divagando divagando ...
comprei um boné de mano
na feirinha do paraguaí
que era chinesa
batizei minha ideia com asas
e fui parar na ilha do mosqueiro
já que as demais novidades
não me interessam
sigo flutuante
repetindo no ventre de cada palavra
este agouro
de discrepâncias no sangue
só posso celebrar a mentira
quando os telhados estiverem
devidamente
encharcados de chuva
mesmo assim
serão necessários outros amores
e nunca raspar a barba
dando um ar
primitivo
arcaico
aos mistérios que nos cercam
porem relendo
a descoberta da américa pelos turcos
me fica uma saudade
grudada no estofado do peito
que bem traduz
o amor de nossas garatujas
no comercio das cerejeiras
sendo o melhor mergulho da carne
desta forma atingirei
o patamar supremo do vazio
que sofre pela reforma
de meus sapatos coloridos exaltando a voz
de cada boca
de cada buraco
carcomido pelo calor da vida
voltarei a vender meus livros
feito musica
no celeiro das flores menores
que encantaram as rimas
no silencio dos postes de kafarabida
pois presságios
na velocidade laica dos efêmeros afagos se transformarão em vícios
virtudes da luxuriosa liberdade
que nos atordoa
míticos monumentos solitários
quiméricos salários
que não foram ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário