quinta-feira, 22 de outubro de 2015

nos alfarrábios da poesia egoica

as tais casas editoriais do brasil
jamais irao me publicar
pelo seguinte motivo:
nao tenho
nunca tive
rabo atrelado com nenhuma
confrariazinha sem sentido
que adora minar todo instinto
tampouco boto carinha
pra um bando de mane
leitor de mallarme
que desconhecem o espontaneo
que se acham bacaninhas
so por que foram
premiados nisso ou naquilo
e que ali
naqueles etereos
saloes de literatura
ficam batendo punheta
para um passado
de pau mole que ja nao existe
hoje o que tem de patua sem mandinga
pela matematica ate perdi a conta
o que falta de massao que dava moral
operando as maquinas no trampo
nem te falo
continuo por aqui cansado
ainda viciado
na batata frita da palavra sem repouso
sem artaud
neste calor do inferno
que invade meu quarto
eu mato
todo aquele
monstruoso silencio
que paira
nos alfarrabios da poesia egoica
e cago
no murmurio do mundo sedentario
cuspindo no chao
de toda vampiresca carona
neste teatrinho manjado hodierno
intoxicado de industrial cultural
quem me compra
sao as faxineiras do porvir
os iluminados bandidos
que habitam na contra-mao da falta
o suor que escorre em meu rosto
sem nenhuma sauna
pra aliviar a tensao do peito acelerado
agora
uma chuva torrencial
invade o deserto das almas de gesso
os estandartes do risco
vao se avolumando
a musica
que me assalta passou a ser outra
num arranha-ceu de cliches
o desejo segue parado
instrumental alquimia
de fantasma sonambulo

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