quinta-feira, 22 de outubro de 2015

o sortilégio do cisco

o gajo era triste
e sonhava acordado
naquele buraco
tinha nas mãos o mesmo livro
e havia se cansado de tudo
sem ao menos
experimentar o sortilégio do cisco
escrevia pelas sequelas do espelho
um testamento suntuoso
e ouvia injurias da mãe
em seus ouvidos de pedra
onde o vicio sufocava a vida
que atravessava a ponte das pulgas
que fazia fronteira
com os pirilampos de nevoa
ali o vazio continuava robusto
satirizando a boceta da borboleta
que dorme no caule da rosa
reproduzindo o oxigênio da fauna
toda futilidade sanguinolenta
afetaria os ossos
de repente
a incestuosa musica
invadiu a casa
esta se dilacera
sem jamais entender o rumo
de sua crua existência
agora assusta
pensar em trejeitos infantes
na volúpia do sol
encarno cores que me abortam
e compro de vez um revólver ...

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