quinta-feira, 22 de outubro de 2015

nas veias nevrálgicas de cada segundo

o sangue das borboletas
já não pode alimentar os girassóis
que nasceram neste aborto
tampouco saudade
significaria o bastante
essa vontade
de escrevinhar algo
sentido em toda língua
inflamou memoria
feito poucos livros na estante
outra causa
um novo despejo
um mero pacto
tristeza imigrante
nenhuma garatuja
jamais superou o sol
o cisco criterioso das horas
a tragedia trivial do ocidente
em mar mediterrâneo foi outra
relatos de uma paz que fracassa
fragmentos irremediáveis
narrativa que perdeu o folego
iluminando a morte de toda receita
o espasmo essencial do gafanhoto
envelheceu como um casarão abandonado de quinhentos anos
partida de sinuca
entre amores fictícios
o gozo
este naufrágio
a palavra pulsante
nas veias nevrálgicas de cada segundo
toda esta enxurrada
a melancolia das janelas escancaradas
pelo enfado tecnológico
o desgaste violentando
o equilíbrio do corpo
o primeiro fausto de pessoa
atoa
para alem do tejo
o mesmo fado
o trigo
o tribunal
e a angustia de cada dia
advoga adiante
pelas enfermidades do nome
denegrindo a sorte silábica do vento
foi o fim das multidões
e dos guarda-chuvas alaranjados
amor mutilando a seiva
opereta nômade
nos recantos da pele
a viagem
de milonga esta voz
incendiou as tardes sem musica
estuprando
a vaidade do verso que não foi
eis o fim de todo sacerdócio
o primeiro capitulo
derradeiro da epopeia
ritmo recluso
solidão
se lambuzando naquilo ...

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