terça-feira, 19 de maio de 2015

o princípio primitivo de toda vida que se apaga

casa de seu caramujo era florzinha vermelha de pintinha amarela
suas petalas adoravam ser acariciadas pelo vento
enquanto senhor girassol por ali se bronzeava
seu caramujo foi dar uma voltinha
qualquer movimento
possuia em sua jornada eternidade
cantarolando sem nenhuma pressa
seus olhos viviam encantados
tudo tinha gosto de orvalho docinho
seu caramujo era feito de poesia e amava as manhas de sol
onde esparramava seu ocio
sabia que sublime nao tem tamanho
toda natureza o apetecia
vivia a volupia da fauna e flora
a simplicidade natural daquele reino
quando ceu chorava ele fazia festa
ouvia com intensidade a ciranda dos sapos
contemplava com ternura
as arvorezinhas respirando
o cipo cada vez mais verdinho
e o barulho das aguas
de cachoeirinha ainda forte
tempo foi passando e chorinho do ceu ficando escasso
ate sereno na floresta era pouco
agua um dia abundante
pelos homens da aldeia virou desperdicio
seu caramujo ficou tao triste
mas tao triste que pediu pra sao pedro castigar aquele povo
o que nao adiantava muito
pois a sede dos homens sacrificaria ainda mais o habitat dos bichos
as coisas por ali adoeciam
a terra implorava um beijo de chuva
as cigarras entoavam seu lamento
formiguinhas morriam de fome
feito boi sem pasto
naquele ermo as lagrimas de seu caramujo regavam a ultima flor do mundo
o princípio primitivo de toda vida que se apaga

Nenhum comentário:

Postar um comentário